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CURSO INTENSIVOPARA RESIDÊNCIAS

P S I C O LO G I A

PSICOPATOLOGIAAula demonstrativa

DA DOENÇA À SÍNDROME. DA CRISE AO SURTO.

PROFESSORES

Wadson Do Carmo Alonso Fernanda de Souza Brito Especialista em Terapia Familiar pela Unyleya, graduado em Psicologia pela USP Ribeirão Preto, onde desenvolveu pesqui-sas na Área de Psicologia Vocacional. Tra-balha como Psicólogo Judiciário do TJSP desde 2014, atuando em processos de Vara de Infância e Juventude, Varas de Família e Varas Criminais.

Doutorado em Psicologia pela Universida-de Federal da Bahia (UFBA). Especializa-ção em Terapia Cognitiva-Comportamen-tal pelo Centro de Psicoterapia Cognitivo Comportamental Wainer & Piccoloto (WP). Trabalha como docente na Uninassau-Sal-vador desde 2012.

SUMÁRIOApresentação .................................................................................... 5

1. Da doença à Síndrome. Da Crise ao Surto. ................................ 62. Funções Psíquicas Elementares e suas alterações ................. 113. Síndromes Ansiosas .................................................................... 344. Síndromes Depressivas .............................................................. 445. Síndromes Psicóticas .................................................................. 486. Suicídio .......................................................................................... 537. Transtornos do Neurodesenvolvimento ................................... 578. Transtornos Neurocognitivos (Síndromes Mentais Orgânicas) 629. Transtornos relacionados ao uso de Substâncias ................... 6710. Transtornos relacionados a Trauma e Estressores ................ 7211. Transtornos de Personalidade ................................................... 78

Gabarito ............................................................................................. 82Referências ....................................................................................... 84

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1. DA DOENÇA À SÍNDROME. DA CRISE AO SURTO.

1.1. CONCEITOS BÁSICOS

Para ajudá-lo na construção do raciocínio clínico que muitas questões de-mandam do candidato, decidimos iniciar este módulo conceituando algu-mas palavras importantes:

• Doença: “Doença (do latim: dolentia = padecimento), por sua vez, signi-fica um distúrbio das funções de um determinado órgão, da psique ou do organismo como um todo, que está relacionado a causas e sintomas específicos” (DALGALARRONDO, 2014).

• Síndrome: São agrupamentos estáveis de sinais e sintomas que se agrupam de forma recorrente e são observadas na prática clínica diária (DALGALARRONDO, 2014). Identificar este conjunto de sinais e sinto-mas é o primeiro passo para ordenar a observação psicopatológica dos pacientes (DALGALARRONDO, 2014). Diagnosticar o quadro sindrômi-co é extremamente importante para o raciocínio clínico e consequente-mente o diagnóstico.

1.2 CRISES, REAÇÕES VIVENCIAIS, FASES E SURTOS

Do ponto de vista temporal, todo adoecimento tem um percurso que se-gue junto com a história do sujeito (fatores biológicos, faixa etária, dispa-radores neurobiológicos como a puberdade, etc.) e contingências ambien-tais (traumas, vulnerabilidades, etc.).

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Em Psicopatologia, divide-se o curso de um adoecimento mental em lon-gitudinal, que leva a gradual cronificação, que são os fenômenos de Pro-cesso e Desenvolvimento (DALGALARRONDO, 2014) - os quais não foca-remos aqui - e fenômenos agudos, episódicos, que são as:

Crises Reações Vivenciais

FasesSurtos1

a. Crises ou Ataques: reações de surgimento e término abruptos, com duração de segundos ou minutos; RARAMENTE duram horas. Ex.: crise ou ataques de pânico, crise dissociativa, crises epiléticas, etc. (DALGA-LARRONDO, 2014).

• Dica: aspecto fundamental para diagnóstico das Síndromes Ansiosas por exemplo, assim como das Psicoses.

b. Reação Vivencial Anormal: reações emocionais muito intensas e/ou sintomas de duração prolongada a eventos de vida normais, podendo durar semanas, meses, eventualmente anos. Geralmente ocorre em personalidades frágeis (DALGALARRONDO, 2014).

• Dica: Um bom indicador para o diagnóstico de Transtornos de Personali-dade.

c. Fase: conceito particularmente usado para Transtorno Bipolar e Trans-torno Depressivo Recorrente, importante para realização do diagnós-tico e diagnóstico diferencial. Significa os períodos de depressão e mania. A fase inicia-se por razões endógenas, incompreensíveis psico-logicamente. Uma fase pode durar semanas ou meses, raramente anos. Quase sempre há recuperação total (DALGALARRONDO, 2014).

• Dica: atente-se às questões que já iniciam falando “fases” ou “episó-dios”. Ao lê-los fique atento para os transtornos citados acima!

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d. Surto: ocorrência aguda, repentina, que faz eclodir uma doença de base endógena, não compreensível psicologicamente. O surto produz sequelas irreversíveis, danos a personalidade, à cognição e à modula-ção afetiva.

• Dica: surtos são sempre disruptivos e indicam adoecimento grave. Ge-ralmente estão associados às Síndromes Psicóticas.

e. Episódio: Dalgalarrondo (2014) sugere o uso do termo quando não se tem precisão sobre o tipo do fenômeno e o curso temporal do ocorrido.

ACERTE O ALVO!Para facilitar a memorização dos Transtornos, tente associar com experiências próximas ou casos que você ou colegas tiveram. É incorreto falar em surto manía-co, fase esquizofrênica, crise maníaca. Na dúvida, use o termo Episódio (DALGALARRONDO, 2014). Ao longo das questões, as bancas geralmente usam este termo “Episódio” justamente por ser genérico. Sabendo o sig-nificado de cada conceito e o uso correto, você terá mais chances de deduzir as respostas corretas!

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01. “Em relação às situações em que o paciente está em crise, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afir-mativas:

] ̣ O alvoroço, a desorganização, a confusão e o comportamento violento são algumas das características mais facilmente associa-das a situações de crise na saúde mental. ] ̣ No caso das crises psíquicas, o desarranjo, o desespero, as

vozes, as visões ou a eclosão psicótica expressam uma tentativa de cura ou de resolução de problemas e sofrimentos cruciais na vida da pessoa, de um núcleo familiar e comunitário. ] ̣ As crises psíquicas são suportadas, muitas vezes, por igrejas,

terreiros e outras formas culturais. Somente parte delas é tratada pela psiquiatria. Muitos atores podem ser acolhedores de pessoas em crise: médicos de família, agentes de saúde, enfermeiros e vizinhos, entre outros. ] ̣ Consideram-se as situações de crise como fenômenos essen-

cialmente relacionais, como conflito ou quebra de consenso entre um sujeito e outro sujeito, mesmo que em algumas situações este outro pareça ser ele mesmo.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.

🅐 V – F – F – V. 🅑 V – F – V – F. 🅒 F – F – F – V. 🅓 V – V – V – V. 🅔 F – V – V – F.

RESPOSTA: D

8

ANOTAÇÕES

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REFERÊNCIAS1. DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos

Mentais. 3. ed. Porto Alegre/Brasil: Artmed, 2014.

2. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Es-tatístico de Transtornos Mentais: DSM-V. 5. ed. Porto Alegre/Brasil: Artmed, 2014.

3. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Prevenção do Suicídio: Manual di-rigido a profissionais das equipes de saúde mental. Brasília. 2006. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manu-al_editoracao.pdf>. Acesso em: 12 mai. 2020.

4. PEREIRA, A. S. et al. Fatores de risco e proteção para tentativa de sui-cídio na adultez emergente. Ciênc. saúde colet. v. 23, n.11, nov. 2018. Dis-ponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-812320182311.29112016>. Acesso em: 12 mai. 2020.

5. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Prevenção do suicídio: sinais para saber agir. Disponível em: <https://saude.gov.br/saude-de-a-z/suici-dio>. Acesso em: 12 mai. 2020.

6. CARVALHO, K. G. et al. Comportamento suicida em minorias sexuais: prevalência e fatores associados. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v.11, n.14, e867-e867, 2019. Disponível em: <https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/867/658>. Acesso em: 12 mai. 2020.

7. SANTINI, A. M. et. al. Stress: nurses’ professional experience in neo-natal ICUS (Intensive Care Unit). Cogitare Enferm. v. 10, n.3, p.14-22, 2005. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view-File/5388/3964>. Acesso em: 14 mai. 2020.

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8. WORLD HEALTH ORGANIZATION – ONU. International Classification of Diseases. 2018. Disponível em: <https://icd.who.int/en/>. Acesso em: 16 abr. 2020.

9. VIEIRA, I. Conceito(s) de Burnout: questões atuais da pesquisa e a contribuição da clínica. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. v. 35, n.122, 2010. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?scrip-t=sci_arttext&pid=S0303-76572010000200009>. Acesso em: 17 abr. 2020.

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