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CENTRO PAULA SOUZA – ETEC RIBEIRÃO PRETO
UNIDADE JOSÉ MARTINIANO DA SILVA
Design de Interiores
Andressa da Silva Batista
Giovanna Monteiro Flores
Giovanna Zanetti Donegá
Nathália Christine da Silva Buzato
DESIGN UNIVERSAL ATRELADO AO ECO DESIGN
CADEIRA UNIVERSITÁRIA AMBIDESTRA
Ribeirão Preto
2016
1
Andressa da Silva Batista
Giovanna Monteiro Flores
Giovanna Zanetti Donegá
Nathália Christine da Silva Buzato
DESIGN UNIVERSAL ATRELADO AO ECO DESIGN
CADEIRA UNIVERSITÁRIA AMBIDESTRA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Design de Interiores do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza- ETEC Ribeirão Preto como requisito parcial à obtenção do título de Designer de Interiores sob a orientação dos Professores Denise Rosário, Josiane Ipólito e Marcelo Gaetani.
Ribeirão Preto
2016
2
“O design não é apenas a cadeira, o
abajur, o objeto em si. Design é, acima
de tudo, um “redesenho”, uma nova
maneira de reconstruir o mundo – e,
assim, claro, torná-lo mais bonito,
acessível e, especialmente, mais justo”.
(PAULO BORGES)
3
RESUMO
Esta monografia tem como objetivo desenvolver um projeto de uma cadeira
universitária que atenda destros e canhotos simultaneamente. Em sua criação
utilizamos materiais ecológicos e reaproveitados. A intenção é que ela possa
futuramente ser executada por pessoas qualificadas ou empresas do ramo. A
ideia deste projeto se originou após percebermos um problema comumente
enfrentado pela maioria das instituições de ensino que é encontrar cadeiras
que se adéquem ao destro e ao canhoto e que contenham materiais que
futuramente não agridam o meio ambiente. O projeto realizado foi baseado em
estudos referentes aos materiais escolhidos, ergonomia, design sustentável e
universal. Demos destaque aos seguintes materiais: o bambu, o tecido de PET
e o aço, sendo este último reaproveitado. A metodologia utilizada conta com
pesquisas em artigos acadêmicos (pesquisa bibliográfica), e como
levantamento de dados desenvolvemos um questionário para saber a opinião
dos usuários das cadeiras universitárias atuais, assim como realizamos um
levantamento de vários projetos sobre cadeiras para inspiração ou
embasamento no trabalho. Nesta pesquisa desenvolvemos uma análise
projetual, de uma cadeira já existente, para aprofundar nossos estudos.
Palavras chaves: Design Universal. Sustentável. Ecológico. Reciclar. Cadeira
Universitária. Ambidestra. Bambu. Pet. Aço. Designers. Design.
4
ABSTRACT
This undergraduate thesis has the purpose to develop an ambidextrous
university chair to simultaneously comply with left-handed and right-handed
people. In its creation we used ecological and reused material. The intention is
to make it possible for qualified people or companies of the field to make it real.
The idea of the project has begun after we notice an issue commonly faced in
the majority of the educational institutions that is to found suitable chairs for
both left-handed and right-handed people, with materials that won’t cause future
harm to the environment. The project was based on researches on the chosen
materials, ergonomics, sustainable design and universal design. We highlighted
the following materials: the bamboo, PET fabric and steel, being this last one
reused. The methodology used is about researches on academic articles
(bibliographical reference), and for data entry we developed a questionnaire to
know the users' opinions about the current university chairs, as we did a survey
of numerous projects about chairs for inspiration or base on the final course
assignment. In this research, we developed a projetual analysis about a chair
that exists to deepen our knowledge.
Keywords: Universal Design. Sustainable. Recycle. University chair.
Ambidextrous. Bamboo. PET. Steel. Designers. Design.
5
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Escriba sentado - 2350 a.C. ............................................................... 9
Figura 2 - Chefe dos escribas Hesiré, sentado. ............................................... 10
Figura 3 - Scriptorium na Idade Média. ............................................................ 11
Figura 4 - Sala de aula da escola cristã. .......................................................... 11
Figura 5 – Encontro de doutores na Universidade de Paris. ............................ 12
Figura 6 - Mesa dupla e cadeira de 4 lugares. ................................................. 13
Figura 7 - Carteira Brazil. ................................................................................. 14
Figura 8 – Mesas e cadeiras escolares da escola Bauhaus. ........................... 14
Figura 9 - Cadeira universitária. ....................................................................... 15
Figura 10 - Desconfortáveis, 1989. .................................................................. 19
Figura 11 - Cadeira Jenette e Poltrona Vermelha. ........................................... 19
Figura 12 - Cadeira Gangorra. ......................................................................... 19
Figura 13 - Cadeira de papelão linha experimental .......................................... 21
Figura 14 - Cadeira desenvolvida com Papelão ............................................... 21
Figura 15 - Cadeira de Papelão ondulado ........................................................ 21
Figura 16 - Movimentos angulares dos componentes corporais. ..................... 26
Figura 17 - Indicação das tuberosidades dos ísquios. ..................................... 27
Figura 18 - Limiar de dores no pescoço. .......................................................... 28
Figura 19 - Situações experimentais. ............................................................... 29
Figura 20 - Cadeira Taquaral ........................................................................... 36
Figura 21 - Poltrona Wiggle .............................................................................. 37
Figura 22 - Comprimento intermodal em função do número de internós ao longo
do colmo do bambu. ......................................................................................... 39
Figura 23 - Pontos de retirada de amostra. ...................................................... 40
Figura 24 - Volume de fibras em relação à espessura. .................................... 40
Figura 25 - Resistência à tração, módulo de elasticidade e coeficiente de
Poisson das partes do bambu. ......................................................................... 42
Figura 26 - Resistência à compressão, módulo de elasticidade, coeficiente de
Poisson das partes do bambu. ......................................................................... 43
Figura 27 - Resistência ao cisalhamento interlaminar. ..................................... 44
Figura 28 - Resultados do encolhimento. ......................................................... 46
Figura 29 – Resultados do alongamento. ......................................................... 47
Figura 30 - Poliéster termo fixado e não termo fixado no sentido da trama (A) e
no sentido do urdume (B). ................................................................................ 48
Figura 31 – Hidrofilidade do tecido poliéster. ................................................... 49
Figura 32 - Imagens de referência para as seis classes de partículas de grafite
de acordo com a Norma ISO-945. .................................................................... 51
Figura 33 - Perspectiva e medidas das peças de bambu. ................................ 54
Figura 34 - Perspectiva e medidas das peças revestidas com tecido PET. ..... 55
Figura 35 - Perspectiva e medidas das peças de aço. ..................................... 56
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7
2 CONTEXTO HISTÓRICO ................................................................................................. 9
2.1 História do Mobiliário Escolar ....................................................................................... 9
2.2 Escola Bauhaus ............................................................................................................ 16
3 DESIGNERS DE INSPIRAÇÃO ..................................................................................... 18
3.1 Irmãos Campana .......................................................................................................... 18
3.2 Frank Gehry ................................................................................................................... 20
4 SUSTENTABILIDADE, RECICLAGEM E SER ECOLÓGICO .................................. 22
5 ERGONOMIA .................................................................................................................... 24
6 DESIGN UNIVERSAL ...................................................................................................... 31
7 ANÁLISE DE DADOS ...................................................................................................... 33
7.1 Resultados do questionário ........................................................................................ 33
7.2 Leitura projetual ............................................................................................................ 35
8 MATERIAIS ....................................................................................................................... 38
8.1 Bambu ............................................................................................................................ 38
8.1.1 Propriedades físicas do bambu .............................................................................. 39
8.1.2 Propriedades meso-estruturais do bambu ........................................................... 39
8.1.3 Propriedades mecânicas do bambu ...................................................................... 41
8.1.3.1 Tração .................................................................................................................... 41
8.1.3.2 Compressão .......................................................................................................... 42
8.1.3.3 Cisalhamento ........................................................................................................ 43
8.2 Estofado de pet ............................................................................................................. 44
8.2.1 Características ......................................................................................................... 45
8.3 Ferro Fundido Nodular ................................................................................................. 49
8.3.1 Ferros fundidos ........................................................................................................ 50
8.3.2 A estrutura do ferro fundido nodular ..................................................................... 51
8.3.3 Preparação do ferro nodular .................................................................................. 52
8.3.4 Tratamento térmico ................................................................................................. 52
9 O PROJETO ...................................................................................................................... 54
10 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 58
ANEXO ....................................................................................................................................... 60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 61
7
1 INTRODUÇÃO
No primeiro módulo do curso Técnico em Design de Interiores do Centro
Paula Souza na unidade Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza
(ETEC) - José Martiniano da Silva, localizada no município de Ribeirão Preto,
estado de São Paulo, durante uma aula de Ergonomia, explicava sobre design
universal1. Surgiu a ideia de projetar uma cadeira universitária ambidestra, pelo
fato que uma de nossas integrantes, Giovanna M. Flores, canhota, sempre teve
a preocupação em onde iria se sentar quando se encontrava numa sala com
este modelo de cadeira, pois havia apenas poucos lugares para canhotos e
deixando-a sem opção confortável para o estudo. Diante desta situação,
trabalhamos em conjunto na intenção de elaborar uma análise projetual que
possa servir de base para futuramente projetar uma cadeira com design
universal para atender os usuários. Outro aspecto a ser analisado é o estilo da
cadeira, que terá como inspiração os fundamentos da Escola Bauhaus2, como
a simplificação e consequentemente, leveza no design.
A busca pela inclusão social vem aumentando consideravelmente nos
últimos anos. Diversas adaptações foram criadas para que mais pessoas com
diferentes necessidades possam ter acesso. Outro ponto que vem mudando
muito nos últimos anos é a preocupação com o meio ambiente e o impacto
ambiental que o ser humano e suas criações vêm causando.
O projeto a ser elaborado é de uma cadeira universitária ambidestra,
onde poderão utiliza-la canhotos e destros, dessa forma as instituições não
precisarão se preocupar com a quantidade de cadeiras específicas,
minimizando, ou até mesmo eliminando, o desconforto dos alunos.
Nosso objetivo geral não só será o de projetar um equipamento
adequado a todos os alunos, como também utilizar materiais ecológicos. Desta
forma nosso objetivo específico é, com base em medidas já existentes, criar
cadeira proporcional aos usuários, com assento adequado e confortável a partir
1Termo utilizado para representar àquilo que gera ambientes, produtos, serviços, programas e tecnologias acessíveis de forma a atender o maior número de pessoas, na maior extensão possível, sem a necessidade de adaptação ou design especializado. (REVISTA CLICHE). Leia mais na seção 6, página 31. 2Escola de artes fundada em 1919 pelo arquiteto Walter Gropius, em Weimar, Alemanha, que unificou disciplinas como arquitetura, escultura, pintura e desenho industrial. (MUNDO ESTRANHO). Leia mais na seção 2.2, página 16.
8
de materiais que não agridem ao meio ambiente e mesas com regulagem de
altura.
Um dos maiores problemas enfrentados hoje em dia é a questão do
tamanho e desconforto presente nas cadeiras universitárias, podendo estas
causar problemas de postura, considerando que as atividades que são
realizadas sentadas, que ocupam um período considerável de tempo dentro da
jornada, podem acarretar o aparecimento de dores na região lombar. Quando a
mobília não se adapta às medidas dos usuários e às atividades, pode gerar a
necessidade de adaptação em decorrência de uma postura inadequada. Esta
atividade acarretará futuramente em uma cifose3ou escoliose4 devido à má
postura por não existir uma cadeira adequada e confortável.
Além do desconforto ao utilizar as cadeiras já existentes, nota-se que
durante sua fabricação, são emitidos gases que afetam o meio ambiente e os
materiais utilizados precisam de grande tempo para se decompor. Pensando
em todos os problemas citados, a ideia de uma cadeira ambidestra,
ergonômica e ecológica foi estudada, para melhor atender as necessidades
dos estudantes e do meio ambiente. Como uma das consequências desse
projeto, desçamos os custos minimizados das instituições.
Essa mudança de equipamento abrange não apenas os usuários e as
instituições, mas também o meio ambiente com uma melhora significativa para
sua preservação. Os materiais que serão reaproveitados futuramente não farão
parte dos descartes mal executados nas produções industriais.
A metodologia utilizada analisou, através de questionários físicos, as
dificuldades que os usuários encontram ao utilizarem as cadeiras. Através de
fichamentos, livros e artigos relacionados com ergonomia, design ecológico,
design universal, sustentabilidade e reciclagem, além das teorias de arquitetos
e designers como os irmãos Campana e Frank Gehry foram adquiridos
conhecimentos sobre materiais e a importância do design, pensando nos
impactos ambientais.
3 Curvatura da coluna vertebral que faz com que a parte superior das costas apareça mais arredondada do que o normal. (CLÍNICA DR. HONG JIN PAI & ASSOCIADOS) 4 Encurvamento anormal da coluna vertebral, que pode provocar dores lombares dependendo o grau. (CLÍNICA DR. HONG JIN PAI & ASSOCIADOS)
9
2 CONTEXTO HISTÓRICO
2.1 História do Mobiliário Escolar
A história do mobiliário escolar tem seus fundamentos desde os antigos
escribas, localizados no Antigo Egito5, Mesopotâmia6 e Síria7. Relatos
apresentam a forma como usavam para estudar, escrever e ensinar, eles
sentavam no chão com as pernas cruzadas e sobre elas apoiavam uma tábua,
onde escreviam, com um pote de tinta preta ou vermelha ao lado.
Figura 1 - Escriba sentado - 2350 a.C.
Fonte: (PARAIZO, Claudia Borges e Souza, 2009)
Já os grandes mestres possuíam uma espécie de um banco aonde
podia se acomodar, mas mesmo assim com a tábua sobre as pernas.
5 Foi uma civilização da antiguidade oriental ao Norte da África, constituída às margens do rio Nilo entre 3200 a.C. a 32 a.C., hoje é o país do Egito. (SUA PESQUISA) 6 Essa região localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates no Oriente Médio, onde atualmente é o Iraque. Esta civilização é considerada uma das mais antigas da história. (SUA PESQUISA) 7 País localizado na Ásia Ocidental.
10
Figura 2 - Chefe dos escribas Hesiré, sentado.
Fonte: (PARAIZO, Claudia Borges e Souza, 2009)
Esse estilo seguiu até a Antiga Grécia e Roma, onde o ensinamento era
primordial, os homens deviam sair para as guerras e as mulheres ficavam em
suas casas com a tarefa de ensinar as histórias e a cultura, sentadas no chão
com apoio de uma tábua.
Com o avanço dos séculos os métodos foram se desenvolvendo e se
aprimorando, na Idade Média, o ensinamento católico, era visto como o
principal ensinamento, principalmente com os monges religiosos, esses que
além de ensinar a palavra tinham como função, reescrever e ler. Aos monges
com esta função designadas cabiam uma bancada com uma tábua que poderia
ser inclinada dependendo da vontade de quem estivesse usando-a podendo
assim facilitar para a leitura e escrita e um banco onde podia se acomodar,
proporcionando para a coluna uma melhor posição.
11
Figura 3 - Scriptorium8 na Idade Média.
Fonte: (PARAIZO, Claudia Borges e Souza, 2009)
Os ensinamentos religiosos nas grandes igrejas eram realizados em
bancadas coletivas com o tampão reto sem poder ser inclinado, os pés eram
altos e podiam sustentar essas bancadas. Tais móveis não eram confortáveis e
podiam prejudicava a visão e a coluna.
Figura 4 - Sala de aula da escola cristã.
Fonte: (PARAIZO, Claudia Borges e Souza, 2009)
Nas Universidades os ensinos primordiais eram o Direito, Medicina e
Teologia, onde os estudantes sentavam em conjuntos, as mesas eram grandes
bancadas uma de frente a outra, os bancos eram coletivos postadas de forma
paralela, inclinadas proporcionando uma melhor visão e conforto.
8São bibliotecas onde monges copiavam manuscritos na Idade Média. (TIPOGRAFIA)
12
Figura 5 – Encontro de doutores na Universidade de Paris.
Fonte: (PARAIZO, Claudia Borges e Souza, 2009)
No período da Revolução Industrial9 o pensamento em relação à
alfabetização foi colocada em primeira instância, pois era importante ter muitos
funcionários que soubessem ler para manusear as máquinas e assim fazer
com que as crianças logo cedo já fossem alfabetizadas. Para isso foram
desenvolvidos novos modelos e diferentes pensando na disposição das
carteiras e no layout10 das salas. A caracterização do ambiente era de uso
coletivo, ou seja, uma bancada em conjunto com o banco. Os mais modernos
dispunham de uma base emborrachada, com marcação de lugar individual nos
bancos e tinteiro sobre as mesas. Nestes conjuntos de mesas/bancos os
alunos sentavam nos lugares que tinha a capacidade de cinco.
9 Conjunto de mudanças que aconteceram na Europa nos séculos XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e o início do uso das máquinas. (SÓ HISTÓRIA) 10 Palavra inglesa cuja definição é plano, arranjo, esquema, design, projeto, etc. (SIGNIFICATIVOS)
13
Figura 6 - Mesa dupla e cadeira de 4 lugares.
Fonte: (PARAIZO, Claudia Borges e Souza, 2009)
À esquerda observamos uma mesa dupla composta de dois bancos. À
direita podemos observar uma cadeira de quatro lugares do ano de 1920 onde
era possível o ensino mútuo.
No início do séc. XX no Brasil na cidade de São Paulo houve um grande
avanço na história onde foram produzidas e fabricadas as carteiras Brazil,
estas que dispunham apenas de dois lugares por aluno, pensando na
individualidade e conforto de cada um, podendo dar um espaço mais
privilegiado a cada aluno. Estas carteiras eram postas uma atrás da outra.
Fabricada por Eduardo Waller & C, surge como uma inovação, na qual se
observa a preocupação com a postura e layout da sala. O assento duplo
possuía uma suave concavidade para proporcionar uma melhor acomodação
das nádegas, e o encosto uma suave convexidade para acompanhar a
curvatura da coluna. O tampo confere ergonomia11 e funcionalidade, através de
sua leve inclinação, que permite um melhor posicionamento da coluna, e o
conjunto de tinteiro e vinco para portar a caneta e o lápis.
11 Conjunto de disciplinas que estuda a organização do trabalho no qual existem interações
entre seres humanos e máquinas. (SIGNIFICADOS). Leia mais na seção 5, página 24.
14
Figura 7 - Carteira Brazil.
Fonte: (PARAIZO, Claudia Borges e Souza, 2009)
As inovações propostas por Marcel Breuer (1930), grande arquiteto e
designer da pertencente ao movimento artístico protagonizado pela escola
Bauhaus desenvolveu para o avanço da época melhores acomodações aos
alunos, um novo modelo de carteira. Preocupado com o conforto e bem-estar
psicofísico, as carteiras possuíam uma estrutura limpa e bem finalizada nos
detalhes reportando a uma estética agradável. As possibilidades de layout
eram inúmeras na sala de aula, permitindo dinamismo e maior interação entre
os alunos, através das disposições das carteiras, estas que possuíam apenas
um assento por aluno.
Figura 8 – Mesas e cadeiras escolares da escola Bauhaus.
Fonte: (PARAIZO, Claudia Borges e Souza, 2009)
15
À esquerda temos uma mesa e cadeira em tubo metálico do arquiteto e
designer Marcel Breuer de 1930. Ao centro temos o mobiliário escolar em
madeira laminada proposto por Allto em 1931 e à direita temos o mobiliário
escolar de 1937 proposto por Pierre Chareau.
Na década de 30 no Brasil os avanços foram tomando proporções cada
vez maiores, dando valorização ao layout das salas e pensando cada vez mais
no bem-estar e saúde dos alunos em relação ao conforto das carteiras, assim
foram implantadas as carteiras de Breuer para que cada aluno pudesse dispor
de um conforto individual. Mas as novidades não poderiam parar, como
acontece nos dias de hoje, deve-se dar espaço para as novidades e para as
melhorias.
O Ministério da Educação juntamente com o FUNDESCOLA12,
elaboraram a criação de um material escolar que fosse prático de uso em
comum e que pudesse ter uma identidade, sendo assim o uso das cadeiras
universitárias, uma cadeira acoplada a uma mesa, nela abaixo do acento
possui lugar para guardar os materiais. Esta cadeira foi vista por vários países
e é muito usada até hoje no dia a dia.
Figura 9 - Cadeira universitária.
Fonte: (PARAIZO, Claudia Borges e Souza, 2009)
12 Programa do ministério da educação, que estabelece normas para ensino público fundamental regular nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste. (MENEZES, SANTOS)
16
À esquerda temos uma cadeira universitária, estofada com prancheta e
com gradil para livros e à direita uma cadeira e mesa estruturadas em tubo
industrial redondo sendo a mesa com gradil porta livros.
2.2 Escola Bauhaus
A Escola Bauhaus surgiu na Alemanha, foi fundada por Walter Gropius13
(1883 - 1969) em 25 de abril de 1919, primeira escola de design do mundo,
construída durante a Primeira Grande Guerra Mundial14, veio com o intuito de
produzir e descobrir novas matérias e um novo design que pudesse atender em
grande escala a sociedade vigente, almejando praticidade e ergonomia, a
mesma tinha estudantes de design, artes plásticas e arquitetura, considerada
uma das maiores e mais importantes expressões do que é modernismo.
Um conceito da Bauhaus era o combate “a arte pela arte” que era a
favor da criação livre como resultado de ressaltar a personalidade do homem,
segundo o fundador era muito importante formar estudantes ligados aos
fenômenos culturais e sociais mais expressivos da era moderna. Uns dos
principais detalhes da escola eram diferentes formas de aplicar a arte no
artesanato e na arte industrial. (FRANCO, FRAGA, 2010)
As principais características da escola Bauhaus, são: união da arte e do
artesanato; uso de materiais inovadores (madeira, aço, vidro); funcionalidade
dos produtos artísticos; arquitetura e Urbanismo, influência do construtivismo.
(FRANCO, FRAGA, 2010)
O design da Bauhaus mostrou a simplicidade com ênfase nas bordas
retas e suaves. Com objetivo de projetar em função de simplicidade,
multiplicidade, com uso econômico de espaço, tempo, material e dinheiro, além
de produzir e inovar a modernidade.
Usamos como principal membro o Arquiteto e Designer Marcel
Breuer (1902- 1981) que foi pioneiro na busca de novas formas de produzir
13 Arquiteto alemão, considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX. 14 Guerra global centrada na Europa, que começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918.
17
móveis, ele produziu em larga escala o uso das cadeiras escolares individuais,
as quais ele desenvolveu o uso do tubo de metal, criando uma forma que fosse
ergonômica o suficiente para adequar a coluna e o acento para quem o usasse.
Os materiais usados para o design das cadeiras são tubos de metal,
vidro, couro negro, madeira lascada, verga trançada, palhinha, molas e tiras
elásticas. São usadas também cores básicas e o mínimo de elementos visuais.
Para favorecer com a Indústria, a Bauhaus baseava-se na teoria estética da
redução das formas e elementos básicos. “A estética une-se as funções
práticas”.
18
3 DESIGNERS DE INSPIRAÇÃO
A leitura projetual aqui proposta tem por finalidade ampliar o portfólio e o
conhecimento, facilitando assim, o desenvolvimento do projeto da cadeira
universitária. A partir da teoria de alguns designers, conseguimos ter uma base
teórica para planejar nosso projeto, escolhemos dois arquitetos/designers
renomados, os Irmãos Campanas e Frank Gehry. As obras escolhidas foram:
Desconfortáveis, Cadeira Janette, Poltrona Vermelha e Cadeira Gangorra dos
Irmãos Campana; E Cadeira de Papelão linha experimental, Cadeira
desenvolvida com papelão e Cadeira de papelão ondulado de Frank Gehry, por
serem pertinentes a nossa pesquisa.
3.1 Irmãos Campana
Os irmãos Fernando e Humberto Campana são exemplos de designers
que propõem novos usos para materiais já existentes.
Quando pouco se falava em sustentabilidade, Fernando e Humberto,
então arquiteto e advogado respectivamente, com um mesmo espírito inovador
e inconformista, se lançaram no mundo do design criando em 1989 o Estúdio
Campana, cuja especialidade era o mobiliário. Hoje são os designers
brasileiros de maior destaque na atualidade. Seu trabalho não se restringe
mais a móveis (a variedade inclui o desenho de sandálias para uma famosa
marca) e, desde sua união, os Irmãos Campana mantêm-se como vanguarda
do design no Brasil e no mundo.
O que começou como um trabalho de confecção de pequenos objetos
de fibras naturais na década de 1980 evoluiu para um processo que envolve
criação artística e desenho industrial. As obras dos Irmãos recorrem à
reutilização de materiais como plástico bolha, cordas, bonecos de pelúcia,
preenchidos de significados ligados à cultura brasileira (como cor e referências
folclóricas). Daqui resulta um trabalho de ressignificação de objetos utilitários.
Cadeiras se tornam peças exclusivas e dignas de exposição artística.
De fato, sua primeira exposição, “Desconfortáveis”, aconteceu em 1989
em São Paulo e apresentou sofás e cadeiras feitos de chapas de ferro,
19
gerando em um primeiro olhar a impressão de serem realmente
desconfortáveis.
Figura 10 - Desconfortáveis, 1989.
Fonte: (Obvious).
Muitas são as obras já produzidas pelos irmãos, a seguir, algumas
delas.
Figura 11 - Cadeira Jenette e Poltrona Vermelha.
Fonte: (Obvious).
Figura 12 - Cadeira Gangorra.
Fonte: (Obvious).
20
3.2 Frank Gehry
Utilizado como inspiração para a elaboração do projeto de nossa
cadeira, o arquiteto foi considerado como base os ensinamentos que foi
amplamente considerado uma das figuras mais influentes e veneradas da
modernidade.
O arquiteto fez uso do papelão ondulado na produção de móveis, que
trouxeram um novo conceito para a produção moveleira, o conceito de
sustentabilidade ambiental em relação ao descarte.
Antes de entrar para a escola de arquitetura, Frank Gehry estudou
artes plásticas. Daí, talvez, sua relação incomum com o espaço, a luz
e os materiais, tão marcante em suas obras. (RIBEIRO)
Ele usava para o projeto de criação de seus moveis formas estranhas,
como um único elemento surpresa, inspirado sempre na arte. Todas as peças
eram projetadas para matérias-primas naturais e que fossem prontamente
recicláveis. Daí surge a demanda relacionada à inibição da produção em
massa, em esforço de materiais descartáveis, despoluindo e acrescentando o
uso daqueles que em larga escala trazem impacto ambiental, além do uso
inadequado.
Foi desenvolvida e produzida uma série chamada Easy Edges em 1972,
onde quatorze móveis de papelão ondulado foram expostos. Frank Gehry
alcançou o seu propósito com móveis robustos, leves e macios, com texturas e
linguagem própria.
21
Figura 13 - Cadeira de papelão linha experimental
Fonte: (Larissa Carbone Arquitetura e
Interiores)
Figura 14 - Cadeira desenvolvida com Papelão
Fonte: (Larissa Carbone Arquitetura e
Interiores)
No início da década de 90 Gehry desenvolve uma nova linha de móveis,
produzida em madeira laminada, curva e trançada.
Até então, os móveis de madeira laminada usavam uma estrutura de
apoio. Gehry desenvolveu um novo sistema construtivo em relação a este
apoio e materialidade dos móveis, sendo ele mais leves e confortáveis, pois as
tiras são trançadas, como num cesto, formando uma peça forte e
autossustentável, sem perder a flexibilidade.
Figura 15 - Cadeira de Papelão ondulado
Fonte: (Arco)
22
4 SUSTENTABILIDADE, RECICLAGEM E SER ECOLÓGICO
Para compreender a intenção e importância do nosso projeto, é
necessário ter claro em mente o significado dos termos: sustentabilidade,
reciclagem e o que é ser ecológico.
Começando pela sustentabilidade, se trata de um termo utilizado para
definir ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais
sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, a sustentabilidade
está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem
agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para
que eles se mantenham no futuro. Seguindo estes parâmetros, a humanidade
pode garantir o desenvolvimento sustentável. Kiperstok explica que:
[...] os caminhos para a não geração de resíduos são vários:
devemos repensar as matérias primas que utilizamos e rever os
processos de fabricação, discutindo porque estes geram perdas de
material e energia, e considerando se algumas dessas perdas,
devidamente processadas, não seriam insumos para outros
processos [...] Todas essas ações resultariam na Preservação da
Poluição [...] (KIPERSTOK, 2002, p. 34).
Reciclar significa transformar objetos e materiais usados em novos
produtos para o consumo. Esta necessidade foi despertada a partir do
momento em que se verificou os benefícios que este procedimento traz para o
planeta Terra. No processo de reciclagem, que além de preservar o meio
ambiente também gera riquezas, os materiais mais reciclados são o vidro, o
alumínio, o papel e o plástico. Esta reciclagem contribui para a diminuição
significativa da poluição do solo, da água e do ar. Muitas indústrias estão
reciclando materiais como uma forma de reduzir os custos de produção. Assim
como nas cidades, na zona rural a reciclagem também acontece. O lixo
orgânico15 é utilizado na fabricação de adubo orgânico para ser utilizado na
agricultura.
15 Restos de vegetais, animais e de tudo o que um dia esteve vivo. (BRAINLY)
23
Segundo o dicionário, alguns significados da palavra ecológico são: 1.
Aquilo que se refere ou que respeita o vínculo existente entre o ser humano e a
natureza; ter respeito pelo equilíbrio ecológico; 2. Diz-se de algo ou alguém que
tem respeito pela natureza e pelo ambiente, por exemplo: embalagem
ecológica (LÉXICO, 2016).
Portanto, ser ecológico é viver dentro da lógica ECO. Eco vem do grego
oikos e significa casa. Faz parte da lógica Eco: consumir apenas o que precisa;
ser responsável pelo impacto que o seu produto causa no meio ambiente;
reciclar e reaproveitar tudo o que for preciso; recusar os sacos plásticos que
são produzidos com petróleo e contribuem para o aquecimento global, o
desequilíbrio do clima e dos ecossistemas.
A população e as suas necessidades e luxos aumentaram muito desde o
início da Revolução Industrial. Hoje temos à frente um grande desafio: para
sobreviver precisamos repor tudo o que tiramos da natureza. Precisamos
manter o equilibro dos ecossistemas.
Viver de acordo com este raciocínio lógico é ser ecológico!
24
5 ERGONOMIA
Não existe ainda uma história, propriamente dita, sobre ergonomia. O
conjunto de conhecimentos referentes ao homem em atividade de trabalho
permitiu o surgimento desta disciplina, no qual, os primeiros estudos sobre o
homem em atividade profissional foram realizados por engenheiros, médicos
do trabalho e pesquisadores de diversas áreas de conhecimento.
O termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez, em 1857, pelo polonês
W. Jastrzebowski, que publicou um artigo intitulado Ensaio de ergonomia ou
ciência do trabalho baseada nas leias objetivas da ciência da natureza. Quase
cem anos mais tarde, em 1949, um engenheiro inglês chamado Murrel criou na
Inglaterra a primeira sociedade nacional de ergonomia, a Ergonomic Research
Society. Em 1959 foi fundada a International Ergonmics Association. Em 31 de
agosto de 1983 foi criada a Associação Brasileira de Ergonomia. (BRAZIL,
2014, p. 3 e 4)
A Associação Brasileira de Ergonomia adota a seguinte definição:
Entende-se por Ergonomia o estudo das interações das pessoas com
a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando intervenções e
projetos que visem melhorar, de forma integrada e não dissociada, a
segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades
humanas. (LIDA, 2000).
A Associação Internacional de Ergonomia (2000) a divide em três
domínios de especialização. São eles:
Ergonomia Física: que lida com as respostas do corpo humano à
carga física e psicológica. Tópicos relevantes incluem manipulação
de materiais, arranjo físico de estações de trabalho, demandas do
trabalho e fatores tais como repetição, vibração, força e postura
estática, relacionadas com lesões musculoesqueléticas.
Ergonomia Cognitiva: também conhecida como engenharia
psicológica, refere-se aos processos mentais, tais como percepção,
25
atenção, cognição, controle motor e armazenamento e recuperação
de memória, como eles afetam as interações entre seres humanos e
outros elementos de um sistema. Tópicos relevantes incluem carga
mental de trabalho, vigilância, tomada de decisão, desempenho de
habilidades, erro humano, interação humano-computador e
treinamento.
Ergonomia Organizacional: ou macro ergonomia, relacionada com o
aperfeiçoamento dos sistemas sócio técnicos, incluindo sua estrutura
organizacional, políticas e processos. Tópicos relevantes incluem
trabalho em turnos, programação de trabalho, satisfação no trabalho,
teoria motivacional, supervisão, trabalho em equipe, trabalho a
distância e ética.
Estudantes, como enunciado por Oliveira (2006), lidam com uma grande
variedade de informações em seu processo de aprendizado que dependem de
uma série de aspectos mentais. A ergonomia cognitiva trata desses processos
como a percepção, a memória, o raciocínio, as respostas mentais dentre outros
aspectos.
Na organização teórica da ergonomia cognitiva, o conhecimento é
considerado como resultado do acúmulo de situações de aprendizagem
vivenciadas pelo ser humano, é considerado também como ferramenta prática
importante na análise detalhada das causas de falha humana (COUTO, 1995).
Segundo Vidal (2001) a ergonomia física é direcionada à situação de
trabalho, a qual o corpo apresenta de várias formas ao longo da jornada de
trabalho ou estudo. Esta busca adequar estas exigências aos limites e
capacidades do corpo, com intuito de ajustar o relacionamento físico homem-
máquina ou mobiliário. A utilidade de ergonomia física está na contribuição
decisiva que fornece os muitos problemas verificados nos sistemas de trabalho.
No campo dos postos de trabalho ou estudo, problemas antropométricos e
posturais efetivamente se verificam numa grande quantidade sejam eles
industriais, agrícolas, escolares ou de serviços (FARIA, 2010, p. 7 e 8).
26
Figura 16 - Movimentos angulares dos componentes corporais.
Fonte: (DESIGN INCLUSIVO, 2014)
No ambiente escolar passamos um bom tempo de nosso dia, onde o
foco é o trabalho mental, o raciocínio e ali, o assentar-se, é um movimento
natural. Mas, quando esta posição não traz conforto e organização
biomecânica16 do corpo, leva a um desajuste postural acarretando danos
articulares e musculares que podem comprometer o processo de
aprendizagem (REIS; REIS E MORO, 2005; Apud FARIA, 2010, P.2).
A atitude postural altera-se em função do tipo de mobiliário utilizado, do
tempo de permanência nesta postura, da atividade desenvolvida e da
adequação do mobiliário ao sujeito (COROMANO; TANAKA, 1992; SIQUEIRA
2010; Apud FARIA, 2010, P. 2).
Ao se tratar de estudantes, estes ficam na posição sentada no mínimo
quatro horas diária em salas de aula. Uma postura incorreta ou de um móvel
que não facilita a escrita, a visualização, apoio para os pés, pode levar a um
maior desconforto, cansaço, tensão muscular17, dificuldade de retorno venoso,
16 Área da Biologia que estuda o movimento do corpo humano. (BARBALHO) 17Dor em um musculo específico ou grupamento muscular associado à presença de pontos gatilhos, que são nódulos dolorosos na musculatura, esse pontos gatilhos, quando pressionados, provocam dor aguda local ou dor referida ou formigamento em outra região do corpo. (PRAXISCLINICA)
27
o que pode atrapalhar a aprendizagem. Ter uma mesma cadeira-mesa
padronizada sem ajustes independente da altura e diâmetro de cada pessoa é
não pensar ergonomicamente a biomecânica do homem. (FARIA, 2010, p.3).
Assim como a ergonomia a antropometria18 é importante para o estudo
do caso, pois é a ciência que trata especificamente das medidas do corpo
humano para determinar diferenças em indivíduos e grupos. (PANERO,
ZELNIK; 2008).
Segundo a figura 17a rotação para ambos os sexos da coluna é 35º, dos
quadris em relação à perna direita confortavelmente é de 20º para a direita e 5º
para esquerda. E nas áreas escuras é onde se encontra as zonas de conforto
para o movimento.
Segundo Dierings (2014) más posturas podem prejudicar o usuário
ocasionando dores na coluna e no pescoço, mostrando que sempre devemos
levar em consideração as medidas antropométricas e as diferentes posturas. É
possível observar na figura 18 o tempo médio para o aparecimento de dores no
pescoço. A postura da cabeça em 20º é a posição mais confortável para
permanecer por mais tempo sem dores, entretanto, durante a movimentação
tem que ficar o mínimo possível inclinada e com pausas para o relaxamento 0º.
Figura 17 - Indicação das tuberosidades dos ísquios19.
Fonte: (PANERO, 2008)
18 Ramo da antropologia que estuda as medidas e dimensões das diversas partes do corpo humano. (SIGNIFICADOS) 19Parte inferior do osso ilíaco. (DICIO)
28
Figura 18 - Limiar de dores no pescoço.
Fonte: (DESIGN INCLUSIVO, 2014)
Segundo a análise do sujeito na postura sentada em três diferentes
situações de mobiliário cadeira-mesa simuladas em um protótipo20 do Prof. Drº
Antônio Moro, utilizando estudantes com idade variando entre 18 e 26 anos,
uma altura média de 174,7 cm e peso médio de 71Kg, utilizando protótipos de
diferentes alturas e profundidades e em diversas angulações. Percebeu que a
postura do protótipo C simulando um mobiliário cadeira-mesa convencional,
ocorreu uma carga de aproximadamente 75% do total do peso corporal em um
assento horizontal.
Esta carga no assento é realmente excessiva; se concentradas apenas
em um único ponto, como ocorrem em geral na região das tuberosidades
isquiáticas21, causam grande desconforto ao usuário. Este inconveniente,
segundo Mandal (1981), juntamente com a superfície da mesa horizontal, faz
com que o indivíduo incline o tronco para frente, onde, segundo Ventura (1994)
acarretaria numa posição danosa a coluna vertebral, trazendo dentre das mais
variadas consequências, as “nossas” dores nas costas (DUL,1981).
Os indivíduos foram divididos em um grupo de 5 alternando nos
protótipos A, B e C no qual tinham que fazer uma leitura oral por 45 segundos,
não podendo se afastar do material de leitura que se encontrava na superfície
20 Produto que ainda não foi comercializado, mas está em fase de testes ou de planejamento. (DICIONÁRIO INFORMAL) 21É o nome de um nervo, o mesmo que ciático (DICIONARIO INFORMAL)
29
da mesa. Dentro do intervalo foram enviados dados mostrando o momento de
maior equilíbrio do sistema sujeito- mobiliário.
• Cadeira-mesa - situação A: a superfície do assento se encontrava
inclinado a 30º, com um apoio para os joelhos e o tampo da mesa inclinado 15º
da horizontal conforme mostra a Figura 19(A).
• Cadeira-mesa – situação B: esse protótipo se encontrava na
mesma angulação que a cadeira A só mudando angulação do tampo da mesa
que se encontrava na horizontal, conforme mostra a Figura 19(B).
• Cadeira-mesa - situação C: é um protótipo de uma cadeira e
mesa convencional onde tampo e assento se encontram na horizontal sem
apoio aos joelhos e com um apoio as costas conforme mostra a Figura 19(C).
Figura 19 - Situações experimentais.
Fonte: (MORO, 2000)
Chegou à conclusão que o melhor mobiliário foi a cadeira A, pois induz
o sujeito assumir um ângulo dos quadris superior a 120º, e que ao mesmo
tempo, permita uma melhor distribuição corporal, diminuindo desconforto e as
sobrecargas musculoesqueléticas durantes as atividades sentadas. Se este
protótipo for utilizado em uma situação real de trabalho, venha ser uma aliada
na prevenção das chamadas doenças ocupacionais, principalmente da
incidência das dores nas costas.
Parece óbvio que o projeto de cadeiras e assentos deve levar em conta
a distribuição do peso corporal suportado pelas extremidades dos ísquios sobre
uma área maior. Um estofamento adequado do assento poderia ser a solução
para tal. É evidente que o assento deve permitir ao usuário modificar sua
30
posição para aliviar o desconforto. A esse respeito, é essencial a utilização dos
dados antropométricos22 adequados para se chegar às medidas (PANERO,
ZELNIK; 2008, p 59).
22É um ramo da antropologia que estuda as medidas e dimensões das diversas partes do corpo humano. (SIGNIFICADOS)
31
6 DESIGN UNIVERSAL
A expressão Universal Design (Desenho Universal) foi usada pela
primeira vez nos Estados Unidos, em 1985, pelo arquiteto Ron Mace, que
influenciou a mudança de paradigma no desenvolvimento de projetos urbanos,
de arquitetura e design, inclusive de produtos. Para Mace (1991), o Desenho
Universal aplicado a um projeto consiste na criação de ambientes e produtos
que possam ser usado por todas as pessoas, na sua máxima extensão
possível. (MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010, p.14).
Segundo o manual o conceito de Desenho Universal surgiu com
reivindicação de deficientes e profissionais como arquitetos, designers,
engenheiros e urbanistas querendo maior democracia no uso de espaços, de
modo que favorecesse a biodiversidade humana e proporcionando uma melhor
ergonomia para todos. (Na década de 1990, na Carolina do Norte, os Estados
Unidos, estabeleceu critérios para edificações, ambientes internos, urbanos e
produtos que atendessem um maior número de usuários).
Definindo os 7 princípios do Desenho Universal, ficaram estabelecidos
os seguintes critérios:
• Princípio 01 – Uso equitativo23: O design não pode estigmatizar
ou colocar em desvantagem nenhum grupo de usuários;
• Princípio 02 – Flexibilidade de uso: O design acomoda a mais
ampla série de preferências e habilidades individuais;
• Princípio 03 – Simples, de uso intuitivo: O design é facilmente
compreendido para o uso, respeita a experiência dos usuários, conhecimento,
idioma ou atual nível de concentração;
• Princípio 04 – Informação perceptiva: O design comunica
necessariamente informações efetivas aos usuários, com respeito às condições
do ambiente ou às suas habilidades sensoriais;
• Princípio 05 – Tolerância ao erro: O design minimiza o perigo e as
consequências adversas de uma ação acidental ou sem intencionalidade;
23 Adjetivo da língua portuguesa e refere-se ao que é justo, equivalente, imparcial e igual. (SIGNIFICADOS)
32
• Princípio 06 – Baixo esforço físico: O design pode ser utilizado de
forma eficiente e confortável e com o mínimo de fadiga;
• Princípio 07 – Tamanho do espaço para aproximação e uso: O
tamanho apropriado e o espaço providenciado para aproximação, toque,
manipulação e uso de acordo com o tamanho do corpo do usuário, postura ou
mobilidade. (SENNA, VIEIRA, MARTINS, 2013,p.57).
33
7 ANÁLISE DE DADOS
Como explicado na introdução, a nossa metodologia conta com um
questionário para saber a satisfação dos usuários (estudantes) que utilizam a
cadeira universitária e também uma leitura projetual de uma cadeira de Frank
Garry e da cadeira Taquaral dos arquitetos e designers irmãos Campana.
7.1 Resultados do questionário
Para melhor aprofundamento do assunto e analisar as necessidades de
diversas opiniões foi realizado uma enquete física, na qual várias pessoas
responderam qual a sua lateralidade (canhoto ou destro), se estudavam, sua
idade, se apresentavam algum tipo de dificuldade com o material escolar caso
ela tivesse o uso de um, e em observação qual sua opinião sobre o projeto da
cadeira universitária ambidestra. Em gráficos serão apresentados os seguintes
resultados: Dentre o número total de entrevistados foi possível analisar que a
porcentagem de destros é relativamente elevada perto do número de canhotos,
esses que em pesquisas estimam que apenas 12% da população seja de
canhotos, e 88% da população seja de destros.
Fonte: (Do próprio autor, 2016)
4
62
0
10
20
30
40
50
60
70
Canhotos Destros
34
Próximo gráfico a ser analisado é a questão se o entrevistado lida com
alguma dificuldade com o material da escola sendo a mesa ou a cadeira ou
mesa e cadeira.
Para o número de entrevistados, o levantamento da quantidade de
pessoas que apresentam nenhuma dificuldade é maior em relação as outras
questões, em seguida com um número um pouco inferior com pessoas com
pouca dificuldade e com um número relativamente baixo 7 pessoas
responderam apresentar muita dificuldade em relação ao material.
Levando em conta cada questão a necessidade que apresentam tais
materiais escolares.
Fonte: (Do próprio autor, 2016)
Para a análise do último gráfico, foi levado em consideração os adjetivos
que descreveriam a cadeira universitária já existente, podendo ser um ou mais.
A maior parte das pessoas entrevistadas relatou sofrer com o
desconforto da cadeira, e com o seu tamanho. Através disso, diretrizes devem
ser formadas levando em consideração cada questão, a forma para que o
projeto possa atender a todos, tendo um tamanho adequado e que seja
confortável.
25
18
7
0
5
10
15
20
25
30
Sem dificuldade Pouca dificuldade Muita dificuldade
35
Fonte: (Do próprio autor, 2016)
7.2 Leitura projetual
Exemplar de Análise:
Cadeira Taquaral
A cadeira Taquaral foi desenvolvida pelos irmãos Campana no ano 2000
com design contemporâneo com as dimensões de 90 cm de altura, 50 cm de
comprimento e 42 cm de largura está na coleção Bambu. Ao observar a
imagem vemos que sua estrutura é de ferro com pintura eletrostática nos pés
que também contém uma proteção de borracha para não estragar o móvel e o
piso onde será colocado, na ligação soldada entre o espaldar com o assento.
Com espaldar e assento de bambo em formato de retângulo são presos
ao ferro em um de seus lados dando impressão de instabilidade e desconforto,
uma vez que a pessoa não irá soltar o peso do seu corpo pela impressão de
que e o espaldar pode ir para trás pela elasticidade do material e no acento irão
se abrir e o individuo acabará com as nádegas entaladas na estrutura da
cadeira. Não apresenta apoio para os braços.
Dispondo da descrição da cadeira Taquaral como base para o nosso
projeto utilizaremos o bambu como material, nos inspiramos a usá-lo também,
só que em formato de esteira, prendendo em ambos os lados para dar
estabilidade e segurança ao usuário que irá utilizá-la e se distinguindo em suas
dimensões. O material ficará na prancheta com as dimensões 50 cm de largura
7 6
49
34
7
0
10
20
30
40
50
60
Prática Tamanhoadequado
Desconfortavel Pequena Outros
36
e 30 cm de profundidade presa por uma estrutura de aço reaproveitado ligando
ao espaldar com as dimensões de 45 cm de altura e 40 cm de largura e
assento com as dimensões 45 de largura e 40 de profundidade ambos tendo
sua estrutura de bambu revestida de PET.
Este projeto serviu para ver o que podemos ou não fazer com o material
escolhido de forma que o mobiliário fique funcional e seguro para quem irá
utilizá-lo.
Figura 20 - Cadeira Taquaral
Fonte: (CAMPANA)
Exemplar de Análise:
Poltrona Wiggle:
Poltrona Wiggle foi concebida em 1972 pelo arquiteto Frank Gehry,
fazendo o uso de 60 camadas de papelão robusto, com formas livres e
orgânicas, suportando facilmente o peso das pessoas, porém é considerado
frágil pelo material uma vez que não pode ficar úmido. Com as dimensões 35
cm de largura, 61 cm de comprimento, 87 cm de altura e 43 cm da altura do
assento, possui dobras sinuosas em sua base, sendo inteiramente de um único
material e peça do espaldar a base considerada uma obra de arte
37
Figura 21 - Poltrona Wiggle
Fonte: (NOVO AMBIENTE)
Fazendo parte da série Easy Edges da marca Vitra que tem como
característica de funcionalidade, estética e alta expectativa de vida de seus
móveis. Esta coleção se tornou uma inovação para época visto que nunca foi
utilizado papelão antes e o sendo ecologicamente correto por poder ser
reaproveitado.
Poltrona do Frank Gehry foi utilizada como inspiração no projeto pela
utilização do papelão que é um material ecológico que não agride a natureza e
pode ser reutilizado para outros fins. Assim como o revestimento de PET, e o
aço reciclável vem a partir de materiais recicláveis e continuam pertencendo ao
ciclo quando a cadeira for descartada desta maneira visando maior equilíbrio
ambiental futuramente.
38
8 MATERIAIS
Optamos por materiais ecológicos ou que possam ser reutilizados,
visando o maior equilíbrio ambiental possível.
Os materiais escolhidos foram: bambu, usado para suporte do encosto e
da prancheta da cadeira universitária; tecido pet para revestimento; ferro
reaproveitado para a estrutura.
8.1 Bambu
O bambu possui propriedades mecânicas e resistência a esforços,
suficientes para ser usado como material de construção renovável, até para
substituir o aço no concreto. É um recurso natural muito usado na fabricação
de móveis. Como os artigos fabricados com bambu são sustentáveis, eles
ajudam a preservar o meio ambiente e evita o desperdício de madeira.
O bambu é uma gramínea24 de crescimento rápido, e não uma madeira,
razão pela qual a planta tem uma flexibilidade e força incomum. O mesmo se
apresenta como um recurso versátil, resistente e duradouro. Trata-se de uma
fibra natural muito usada para montar estruturas e revestimentos, mas que
ultimamente tem ganhado espaço no mercado moveleiro25. Diferente do que
muitas pessoas pensam as peças confeccionadas com bambu não precisam
decorar apenas a área externa.
Os móveis de bambu são leves e chegam até a misturar materiais, como
é o caso da combinação com tecido, vidro, cimento ou terra. Outra maneira de
utilizá-lo é mudando sua forma circular para esteiras26.
Mesmo o mobiliário de bambu exigindo, relativamente, pouca
manutenção ao longo do tempo, a principal preocupação com os móveis deste
material é sua exposição à água e, por outro lado, seca excessiva. A água e a
umidade impulsionam a podridão e o crescimento de mofo em peças feitas de
24 Família de plantas com folhos semelhantes a lâminas, com caules ocos e muitas raízes ramificadas. 25 Fabricante ou vendedor de móveis. 26As esteiras de bambu são feitas através da ligação das tiras que se obtém do tronco do bambu. (COBRIRE)
39
bambu, o que deterioram a qualidade do objeto, enquanto o ar muito seco
também pode tirar seus óleos naturais.
8.1.1 Propriedades físicas do bambu
Os bambus têm diminuição gradual, no sentido da base para o topo, no
diâmetro do colmo, na espessura da parede e no comprimento internodal.
A Figura 22 mostra a variação do comprimento internodal (l) do colmo
inteiro em relação ao número dos internós (n) do bambu Guaduaangustifolia,
com a respectiva equação matemática obtida através da análise de regressão
do comportamento normal da curva.
Observa-se que, na parte basal27, os comprimentos internodais são
menores, enquanto na parte central do colmo28 atingem o valor máximo e, na
parte superior, decrescem.
Figura 22 - Comprimento intermodal em função do número de internós ao longo do colmo do bambu.
Fonte: (GHAVAMI & MARINHO, 2004)
8.1.2 Propriedades meso-estruturais do bambu
Na análise da variação da fração volumétrica de fibras na espessura da
parede do bambu (seção transversal), é possível obter uma equação que a
represente e observar como esta variação se relaciona com algumas
27 Que se refere à base do bambu. (WIKCIONÁRIO) 28 Caules não-ramificados que apresentam em toda a sua extensão, divisão nítida em gomos do bambu. (SÓ BIOLOGIA)
40
propriedades dos bambus. No processamento digital de imagem (PDI), a
distribuição das fibras é analisada ao longo do colmo inteiro do bambu, com
amostras retiradas nos vários pontos da base, centro e topo, como mostra a
Figura 23.
Figura 23 - Pontos de retirada de amostra.
Fonte: (GHAVAMI & MARINHO, 2004)
O gráfico da Figura 24 mostra as distribuições de fibras para as
amostras analisadas. A fração volumétrica é indicada em função de uma
variável adimensional (X) que representa a razão entre a posição em que se
mede a fração volumétrica na espessura (x), e a espessura total da amostra (t),
ou seja, x/t.
Figura 24 - Volume de fibras em relação à espessura.
Fonte: (GHAVAMI & MARINHO, 2004)
41
Constata-se, na Figura 24, que a distribuição das fibras nas amostras da
base e centro é mais uniforme, com a fração volumétrica variando menos que a
amostra colhida no topo; isto ocorre pelo fato de que, da base até o centro do
bambu, este, além de resistir às flexões devido às cargas de vento, deve
suportar maior parte de seu peso próprio.
8.1.3 Propriedades mecânicas do bambu
Em seguida, apresentam-se os resultados relativos aos ensaios de
resistências à tração, à compressão e ao cisalhamento29interlaminar da base,
centro e topo do bambu da espécie Guaduaangustifólia.
8.1.3.1 Tração
Os resultados de resistência à tração, módulo de elasticidade e
coeficiente de Poisson30 da parede do colmo do bambu Guaduaangustifolia,
estão apresentados na Figura 25; nela, pode-se observar que o bambu atinge
uma resistência média à tração de 86,96 MPa. No geral, a parte central
apresenta maior resistência; 95,80 MPa no corpo-de-prova sem nó e 82,62
MPa no corpo-de-prova com nó. Nas regiões com nó, a resistência diminui
devido à descontinuidade das fibras nesses pontos, seguindo a direção do nó.
Como já ocorrido em outros ensaios, os corpos-de-prova sempre
rompem no nó ou bem próximo a ele. A região do topo, sem nó, apresentou
maior valor da resistência à tração, 115,84 MPa; porém no corpo-de-prova com
nó se obteve menor resistência, 64,26 MPa. A resistência à tração do bambu
Guaduaangustifolia é 36,7% menor que a resistência do bambu
Dendrocalamusgiganteus (GHAVAMI, MARINHO, 2001). Culzoni (1986)
estudou as propriedades mecânicas do bambu da espécie Guaduasuperbae
obteve valores de resistência à tração de 112,3 MPa e módulo de elasticidade
de 8,9 GPa, no corpo-de-prova com nó; no corpo-de-prova sem nó, a autora
29 Deformação de um corpo com deslocamento em planos diferentes, mantendo o volume constante. (PRIBERAM) 30 Mede a deformação transversal (em relação à direção longitudinal de aplicação da carga) de um material homogêneo e isotrópico (ATCP ENGENHARIA FÍSICA)
42
obteve uma resistência à tração de 137,8 MPa e módulo de elasticidade de
11,2 GPa.
Figura 25 - Resistência à tração, módulo de elasticidade e coeficiente de Poisson das partes do bambu.
Fonte: (GHAVAMI & MARINHO, 2004)
No bambu em estudo, o módulo de elasticidade longitudinal às fibras
variou de 11,10 GPa a 18,36 GPa, com valor médio de 15,11 GPa e com os
maiores valores obtidos sempre nos corpos-de-prova sem nó. O coeficiente de
Poisson médio foi de 0,26, aumentando da base para o topo.
8.1.3.2 Compressão
Os resultados obtidos para resistência à compressão, módulo de
elasticidade e coeficiente de Poisson das partes basal, central e topo, estão
apresentados na Figura 26. Observa-se que a resistência à compressão é, em
geral, três vezes menor que a resistência à tração. A resistência média foi de
29,48 MPa, aumentando da base para o topo. O valor máximo da tensão
ocorreu na parte do topo, sendo igual a 34,52 MPa para o corpo-de-prova sem
nó, e de 29,62 MPa com nó. Na base, este valor caiu para 25,27 MPa no
corpo-de-prova com nó e 28,36 MPa sem nó. A média do módulo de
elasticidade longitudinal às fibras foi de 12,58 GPa, variando de 9,00 GPa na
base a 15,80 GPa na região do topo, ambos em corpos-de-prova com nó. O
coeficiente de Poisson médio obtido no ensaio de resistência à compressão foi
de 0,34. Culzoni (1986) determinou a resistência à compressão do bambu
43
Guaduasuperba em corpos-de-prova com altura igual a duas vezes o diâmetro
(H=2*D) e obteve valores de 35,7 MPa e módulo de elasticidade de 2,6 GPa,
em corpos-de-prova com nó, e resistência de 47,8 MPa e módulo de
elasticidade de 3,33 GPa, em corpos-de-prova sem nó.
Figura 26 - Resistência à compressão, módulo de elasticidade, coeficiente de Poisson das partes do bambu.
Fonte: (GHAVAMI & MARINHO, 2004)
8.1.3.3 Cisalhamento
Os resultados médios da resistência ao cisalhamento interlaminar para
os corpos-de-prova localizados na base, centro e topo do bambu
Guaduaangustifolia, são apresentados na Figura 27. Os valores foram obtidos
a partir da média de três ensaios. Nesta, observa-se que os valores aumentam
da base para o topo, sendo que no topo a resistência ao cisalhamento foi de
2,42 MPa para o corpo-de-prova sem nó e 2,11 MPa para o corpo-de-prova
com nó. Na base, esses valores foram 2,20 MPa sem nó e 1,67 MPa com nó,
respectivamente. Observa-se que, nos corpos-de-prova sem nó, a resistência é
maior e se mantém quase uniforme nas três partes do comprimento do colmo;
já nas partes com nó, a resistência é menor e os valores variam muito.
44
Figura 27 - Resistência ao cisalhamento interlaminar.
Fonte: (GHAVAMI & MARINHO, 2004)
A resistência ao cisalhamento do bambu Guaduaangustifolia é inferior à
do bambu Dendrocalamusgiganteus. Ghavami& Marinho (2001) obtiveram
valores médios de 3,56 MPa e 3,37 MPa para corpos-de-prova com e sem nó,
respectivamente. Moreira (1991) obteve uma tensão de cisalhamento média de
7,0 MPa para o bambu Dendrocalamusgiganteus, enquanto Ghavami& Souza
(2000) obtiveram valores de tensão de cisalhamento de 3,08 e 3,12 MPa para
corpos-de-prova com dois e três cortes, respectivamente, e para o mesmo
bambu estudado.
8.2 Estofado de pet
O plástico PET foi descoberto em 1928 nos laboratórios da DuPont31,
pela equipe do Dr.Carothers32. Ele já havia desenvolvido o náilon 6.6, uma
poliamida, e procurava novos polímeros para a produção de fibras, para
substituir a seda. No início, um grande número de poliésteres com baixa massa
molecular33 e sem nenhuma propriedade comercial foi desenvolvido. Com a
continuidade da pesquisa foi possível a obtenção de polímeros que, quando
solidificados, podiam ser estirados muitas vezes o seu comprimento e se
tornavam transparentes, brilhantes e resistentes à tração (HARADA,
WIEBECK, 2005; CORREA, GUELBERT,GUELBERT, GUERRA,
LESZCZYNSKI , 2007, p.5).
31 Empresa americana e a segunda maior empresa química do mundo em termos de volume de capital, e a quarta em termos de receita. 32Wallace Hume Carothers foi um químico e inventor estadunidense.(CETICISMO) 33Soma das massas atômicas dos átomos que compõem uma molécula. (INFOESCOLA)
45
Os mesmos autores dizem que este poliéster nos anos 50 foi utilizado na
indústria Dupont. Que nos anos 60 a matéria prima foi utilizada para
acondicionamento de embalagens. Que em 1962 a Goodyers utilizou o primeiro
poliéster pneumático e que só nos anos 70 entrou na aplicação de garrafas.
O PET proporciona alta resistência mecânica (impacto) e química, além
de ter excelente barreira para gases e odores. Devido a estas características e
o peso muito menor que das embalagens tradicionais, o PET mostrou ser o
recipiente ideal para a indústria de bebidas em todo o mundo, reduzindo custos
de transporte e produção. (CORREA, GUELBERT, GUELBERT, GUERRA,
LESZCZYNSKI, 2007, p.6).
O PET chegou ao Brasil em 1988 sendo utilizado primeiramente na
indústria têxtil. Apenas a partir de 1993 passou a ter forte expressão no
mercado de embalagens, notadamente para os refrigerantes. Atualmente o
PET está presente em vários produtos como frascos de refrigerantes, produtos
farmacêuticos e de limpeza, mantas de impermeabilização, fibras têxteis, entre
outras. Em termos econômicos, oferece ao consumidor um produto
substancialmente mais barato, seguro e moderno. As embalagens PET são
100% recicláveis e o processo pode ser mecânico, energético ou químico.
Dentre os três, o mais utilizado é o mecânico por se tratar de um processo mais
barato (ABIPET, CORREA, GUELBERT, GUELBERT, GUERRA,
LESZCZYNSKI, 2007, p.6).
8.2.1 Características
Segundo a pesquisa de Carvalho e Sinézio apresentada no XX
Congresso Brasileiro de Engenharia Química (COBEQ, 2014) sobre o efeito do
tratamento térmico em tecido de Poli (tereftalato de etileno) -PET. No qual
utilizou um tecido 100% poliéster (Urdume 36 fios/cm 30 tex, trama 24 fios/cm
80 tex, 350 g/m ²), dinamômetro, Rama, balança, corante, vidrarias. Seus
métodos utilizados foram recortarvárias amostras do tecido segundo a norma
NBR 1191234, colocando em diversas temperaturas e condições de tempo com
34Esta Norma especifica o método para determinação da resistência à tração e alongamento de tecidos planos pelo método de tira. (ABNT CATÁLOGO)
46
objetivo de verificar a influência só tempo e temperatura de termo fixação nas
propriedades de alongamento e força de ruptura do tecido de poliéster. Os
resultados obtidos foram:
No encolhimento conforme foi aumentando a temperatura mais diminuía
o tecido conforme o sentido da trama e do urdume e não sendo influenciado
pelo tempo. A Figura 28 mostra os resultados em função da temperatura de
termo fixação para urdume (A) e trama(B).
Figura 28 - Resultados do encolhimento.
(CAMPO & CARVALHO, 2010)
O comportamento observado na Figura 28 para o tecido de poliéster
pode ser explicado da seguinte forma: o estado físico-mecânico borrachoso,
para polímeros semicristalinos como o PET, acontece em temperaturas entre
Tg e Tm que no caso do PET são ~ 65 e ~ 265 °C respectivamente. Nessa
faixa de temperatura o PET ao ser aquecido tende a encolher. Isso acontece
porque as cadeias poliméricas da fibra que foram estiradas durante o processo
de fabricação contraem com o aumento da temperatura. Essa contração
acontece porque para aumentar a entropia do sistema, é necessário aumentar
o número de conformações possíveis da cadeia, que pode ser conseguido com
a aproximação das suas duas pontas. Esse comportamento se repete para
todas as cadeias gerando o efeito macroscópico de contração ou encolhimento.
(CARVALHO, SINÉZIO, 2014, p.5).
Na parte de alongamento e ruptura ocorreu o alongamento do tecido de
poliéster no sentido da trama e do urdume conforme o aumento da temperatura
atingindo a aproximadamente 20% a 220ºC.
47
Na figura 29 encontram-se os resultados do alongamento em função da
temperatura de termo fixação para amostra de tecido de poliéster no sentido da
trama (A) e no sentido do urdume (B) para os tempos de termo fixação 30, 60,
90 e 200 segundos.
Figura 29 – Resultados do alongamento.
(CAMPO & CARVALHO, 2010)
Esse comportamento está associado ao fato de as cadeias poliméricas
terem se encolhido durante a termo fixação, tornando possível um alongamento
maior quando submetidas a uma força de tração. Isso pode ser visto ao
comparar as Figuras 28 e 29, onde se observa que as amostras que tiveram
maior encolhimento no termo fixação, foram as mesmas que alcançaram maior
alongamento nos ensaios de alongamento e ruptura. (CARVALHO e SINÉZIO,
2014, p.6)
A Figura 30 apresenta os resultados do tecido de poliéster termo fixados
e não termo fixado submetido ao ensaio de alongamento em função do tempo
de tratamento corona. Os tempos analisados foram 30, 60, 90 e 200 segundos.
(CARVALHO, SINÉZIO, 2014, p.7).
48
Figura 30 - Poliéster termo fixado e não termo fixado no sentido da trama (A) e no sentido do urdume (B).
(CAMPO & CARVALHO, 2010)
Observa-se na Figura 30 que o processo de termo fixação pouco
influencia na força de ruptura das amostras de poliéster no sentido da trama e
do urdume. Segundo Odian (1991), o comportamento mecânico dos polímeros
está associado ao grau de cristalinidade, quantidade de ligações cruzadas, e
aos valores de Tg e Tm. Acredita-se que o processo de termo fixação, nas
condições praticadas nesse trabalho, não proporciona mudanças significativas
nessas propriedades e isso explicaria a pouca influência do processo termo
fixação na força de ruptura do tecido de poliéster, como se observa na figura
28. (CARVALHO, SINÉZIO, 2014, p.7).
Na hidrofilidade35 que mostra a Figura 31 apresenta uma demora
na absorção da solução com corante e que com aumento da temperatura a
hidrofilidade diminui. Chegando ao 200ºC não apresentou resultado pois a
bolha evaporou antes de ser absorvida pelo tecido.
35Nome atribuído à capacidade que a fibra de algodão possui de absorver e reter água. (FONSECA. Pág. 1)
49
Figura 31 – Hidrofilidade do tecido poliéster.
(CAMPO & CARVALHO, 2010)
A conclusão desse estudo de termo fixação foi que com aumento da
temperatura ocorre encolhimento ou alongamento do tecido indiferente ao
tempo, não ocorrendo alteração na força de ruptura. Que se verifica uma
diminuição na absorção do tecido de poliéster.
8.3 Ferro Fundido Nodular
O ferro fundido é composto de carbono e silício, que começou a ser
usado na década de 70, e sucessivamente passou a ser mais utilizado
industrialmente, com mistura de propriedades como elevada tenacidade36,
resistência à tração, ductilidade, resistência ao desgaste e a fatiga, que torna o
material muito procurado.
O ferro fundido nodular37 tem uma boa resistência à tração, para que o
ferro seja o mais duro possível são necessários alguns requisitos no processo
de fundição.
Na composição química é necessário ter cautela, para cada um dos
elementos utilizados tem diferentes procedimentos a ser seguido.
36Capacidade de absorver uma energia mecânica até a sua ruptura. (INFOESCOLA) 37 Que diz respeito ao nódulo. (DICIO)
50
8.3.1 Ferros fundidos
O ferro fundido foi descoberto por volta do ano 500 d. C, e só foram
comercializados em 1388, os ferros fundidos são ligas com grande aplicação, o
custo de produção é baixo, as propriedades mecânicas são boas e a
resistência à corrosão em altas temperaturas.
De acordo com Francklin (2009), os ferros fundidos são classificados em
seis classes:
Ferro fundido cinzento;
Ferro fundido branco;
Ferro fundido mesclado;
Ferro fundido maleável;
Ferro fundido de grafita compactada
Ferro fundido nodular.
Eles são diferenciados de acordo com a cor da sua fratura, cinzentos,
brancos ou mesclados. Um estudo mostra que os ferros fundidos cinzentos
apresentam a grafite (C) em sua constituição, os ferros fundidos brancos
apresentam carbonetos (Fe3 C, o M3 C ou M7 C3) e os mesclados, uma
mistura das duas fases. A grafita pode se apresentar sob a forma compacta, de
veios ou nódulos, entre outras, dependendo da presença de pequenas
quantidades de elementos, dentre os quais os mais importantes são o
magnésio e o cério adicionados num processo conhecido como nodulização38.
(FRANCKLIN, 2009).
O ferro fundido apresenta partículas de diferentes formas que afetam
diretamente suas propriedades termomecânicas. A dureza e a ductibilidade39
são fortemente dependentes da forma da partícula de grafite. As partículas com
formas nodulares aumentam essas propriedades, enquanto as partículas mais
alongadas ou com contornos irregulares são prejudiciais devido à concentração
de pontos de tensão. Desta forma, o ferro fundido pode ser classificado de
acordo com a forma de suas partículas de grafita. (FRANCKLIN, 2009).
38Processo de fabricação do ferro nodular. 39Capacidade do material se deformar sem que haja a ruptura. (INFOESCOLA)
51
Figura 32 - Imagens de referência para as seis classes de partículas de grafite de acordo com a Norma ISO-945.
(FRANCKLIN, 2009)
A comparação dos ferros fundidos é feita através de micrografias óticas
com cartões de referência da norma citada acima.
8.3.2 A estrutura do ferro fundido nodular
Para a produção do fero nodular é consideravelmente estrito do controle
da constituição do metal líquido, este é um procedimento muito importante para
solidificar adequadamente a microestruturas que garantam o uso do material,
outro procedimento muito importante é a velocidade de resfriamento, sub-
resfriamento e o tempo de solidificação.
Se caso os procedimentos corretos não forem seguidos, o processo de
fabricação do material terá efeito direto sobre o desempenho do produto.
O ferro no estado líquido tem elementos adicionados no banho metálico,
que aumenta a velocidade de resfriamento, com isso esferoiza à grafia, após
52
isso é necessário colocar outros elementos químicos para reduzir o “efeito de
coquilhamento40”.
8.3.3 Preparação do ferro nodular
A fusão do ferro é feita em fornos elétricos que tem a capacidade
máxima de 3 toneladas e a potência de 2000 kW, com frequência máxima e
300 Hz, uma carga de ferro fundido para produção de ferro nodular é composta
de 30% de sucata de aço, 60% de gusa, 10% de material de retorno interno e
de material para correção, elementos de liga e fundentes (FeSi, FeMn, FeP,
FeCr, FeMo, Cu, Ni, Mg e S). No momento do vazamento na panela de espera
(1520°C), a liga nodulizante é adicionada (composta basicamente de Magnésio
e Cério), responsável por transformar em nódulos a grafita dissolvida.
(FRANCKLIN, 2009).
8.3.4 Tratamento térmico
O tratamento térmico usual é o que decompõe a cementita produzindo
ferrita e mais grafita esferoidal, mediante um recozimento ou normalização.
Pode-se também temperar e revenir à dureza desejada. As operações de
tratamento térmico a que usualmente podem ser submetidos os ferros
nodulares são as seguintes:
Alívio de tensões
Recozimento
Têmpera e Revenido
Austêmpera41
Têmpera superficial. (FRANCKLIN, 2009).
40Processo que consiste em derramar o metal líquido em moldes metálicos, onde o metal resfria em condições tais ou com tal velocidade que praticamente toda a grafitização é eliminada e o carbono fica retido na forma combinada. (EBAH) 41 Forma de tratamento térmico de têmpera indicada para aços de alto teor de C (Carbono), obtendo-se ao final do processo um material com dureza mais baixa do que a da martensita, denominado bainita.
53
O processo do ferro fundido é mais econômico e o processo de fundir
aparenta ser mais fácil que o processo do aço. Por reciclar sucata, é uma
alternativa técnica convencional, que busca o desenvolvimento sustentável, a
proteção ao meio ambiente e a prevenção da poluição equilibrada.
54
9 O PROJETO
Quando tivemos a ideia de uma cadeira universitária ambidestra e
ecológica, foi necessário buscar materiais que se adequassem ao tema, além
de terem que condizer com a utilização.
A utilização de cada material já mencionado, como o bambu, tecido PET
e aço reaproveitado, é descrita abaixo.
As medidas utilizadas foram pensadas com base em padrões pré-
estabelecidos e na questão do conforto. Para a construção da prancheta
universitária (1), para a estrutura do encosto (2) e para a estrutura do assento
(3), foi escolhido o bambu em forma de esteiras, por ele ser resistente e ter
propriedades que o permite ser usado em várias formas, como explicado na
seção 8.1 (Página, 38) deste trabalho.
Figura 33 - Perspectiva e medidas das peças de bambu.
Fonte: (Do próprio autor, 2016)
55
Feita a estrutura para assento e encosto, é necessário o revestimento
para que possa ficar mais confortável para sentar. O material ecológico
escolhido para dar conforto à cadeira é o tecido feito com PET, onde pode se
obter mais informações na seção 8.2 (Página, 44). A parte 1 é correspondente
ao revestimento do assento e a parte 2 é correspondente ao revestimento do
encosto.
Figura 34 - Perspectiva e medidas das peças revestidas com tecido PET.
Fonte: (Do próprio autor, 2016)
Para que o assento e o encosto sejam utilizáveis, é necessária um
“esqueleto”, ou seja, uma estrutura que vá sustentar as partes como um todo.
Será realizada com um possível material de descarte que será então
reaproveitado para ser a estrutura da cadeira, estamos falando de aço
reaproveitado, veja mais na seção 8.3 (Página, 49).
Na parte 1 pode-se observar os pés da cadeira, na parte número 2
temos o gradil para poder guardar materiais, a parte denominada 3 é a
56
estrutura que segurará o encosto e também será o eixo de rotação para a peça
número 4, que é a estrutura de apoio para a prancheta universitária.
Figura 35 - Perspectiva e medidas das peças de aço.
Fonte: (Do próprio autor, 2016)
A seguir é possível observar uma foto na íntegra de tudo que foi
estudado e pensado nos últimos 10 meses.
57
Fonte: (Do próprio autor, 2016)
58
10 CONCLUSÃO
Nossa ideia inicial era projetar e produzir uma cadeira
universitária ambidestra e ecológica, porém, durante os estudos percebemos
que nossa grade curricular não nos capacita à projetar um móvel, como no
caso, a cadeira universitária. Por isso, estudamos para fazer um protótipo que
poderá ser realizado por um designer de produto ou arquiteto.
Entre os assuntos pesquisados, estudamos de qual forma a
cadeira evoluiu como mobiliário escolar desde egito antigo com os escribas,
passando pela Idade Média, Revolução Industrial, o Brasil no século XX até os
dias de hoje. Mais a frente tomamos conhecimento do que foi a escola Bahaus
que surgiu na Alemanhã após a Primeira Guerra Mundial, fundada por Walter
Gropius. O objetivo da escola foi, através de novos materiais e um novo design,
suprir a necessidade da sociedade de maneira pratica e ergonômica.
Como fonte de inspiração para o nosso estudo projetual tivemos
como base os designers irmãos Campana que se mantiveram desde o final da
década de 80 como vanguardistas do design no Brasil utilizando a
sustentabilidade como um diferencial. E o arquiteto e designer Frank Gehry que
nos chamou a atenção pelo seu estilo peculiar com foco em design de móveis
feitos a partir de matérias primas naturais e recicláveis.
Como nossa base, estudamos sobre alguns conceitos teóricos.
Sustentabilidade é uma cadeia de processo onde o plantio, criação, extração
até o descarte da matéria deve ser feito de maneira que cada componente do
produto seja reaproveitado. Assim entendemos a sustentabilidade como uma
maneira inteligente de utilizar os recursos naturais sem agredir ao meio
ambiente e nem comprometer gerações futuras. Diretamente ligado a
sustentabilidade temos a reciclagem, que é, justamente o processo onde
pegamos os materiais descartados e reutilizamos ele para uma nova função.
Junto a isso temos a definição de ser ecológico, que é utilizar apenas o
necessário de maneira sustentável, reciclar o máximo possível e não aceitar
produtos que agridam a natureza.
Posteriormente buscamos em nosso projeto aliar tais conceitos
ecológicos com ergonomia e design universal para melhor utilização de uma
59
cadeira universitária ambidestra. A definição de ergonomia é quando o objeto
se adéqua ao corpo humano, de maneira que não o prejudique em nenhum
aspecto, o que liga tal conceito com design universal, este segundo visa que o
objeto seja utilizado pelo maior número de pessoas possível, ignorando suas
diferenças e necessidades.
Para confecção desta cadeira, utilizamos 3 tipos de materiais
todos eles atendendo os conceitos ecológicos, primeiramente temos o bambu,
material vegetal durável, flexível, rígido, evita desperdício de madeira e é de
muito fácil cultivo. Utilizamos o bambu para fazer o encosto e assento. O
plástico é um dos materiais que mais degradam o meio ambiente por isso
optamos por fazer o estofado e tecido da cadeira de plástico pet. Para a
estrutura da cadeira usamos ferro fundido nodular, um composto de carbono e
silício muito usado nas indústrias desde os anos 70.
Assim após todo esse estudo, pudemos imaginar como seria a
cadeira, com medidas e detalhes descritos, desde as suas funções até seu
funcionamento, observando tanto de maneira individual cada uma das partes
como o produto finalizado e com todos os componentes integrados.
60
ANEXO
Questionário para Trabalho de Conclusão de Curso
TEMA: Cadeira universitária ambidestra ecológica
Cadeira universitária já existente
Questões
1- Qual a sua idade? _____
2- Frequenta alguma instituição de ensino (escola, faculdade, curso, etc)?
( ) sim ( ) não
3- Lateralidade: ( ) destro ( ) canhoto
4- Lida com alguma dificuldade com o material da escola (mesa e/ou
cadeira)? ( ) sim ( ) não
5- Se a resposta anterior for sim, em que nível?
( ) Sem dificuldade (mesa e cadeira ok)
( ) Pouca dificuldade (mesa ou cadeira não tao boa)
( ) Muita dificuldade (mesa e cadeira ruins)
6- Qual desses adjetivos descreveria a cadeira universitária já existente (1
ou +):
( ) Pequena
( ) Tamanho adequado
( ) Desconfortável
( ) Prática
( ) Outro. Qual? ____________________
7- (Opcional). Comente sobre o assunto ou o que você espera com essa
pesquisa.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________________________________
61
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