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CULTUR
O
R MI
NO GRESTE NORDESTINO
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CIRCULAR TECNICA
No
22
SSN 100 6460
S e t e m b r o 996
CULTURA DO
RAMI NO AGRESTE NORDESTINO
Eleusio
Curvêlo Freire
José da unha Medeiros
Francisco
ereira e ndrade
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I
INTRODUÇAO
2 .
C A R A C T E R ~ S T I C A S
D A
FIBRA
D O
RAM
3
CONDIÇÓES IDEAIS PARA E X P L O R A Ç Á O
DO R A M
I
4 PREPARO DO
SOLO E
PLANTIO
5
D U B Ç O
6 PROCESSO
D E
MULTIPLICAÇAO
7 .
CULTIVARES
8
T R A T O S C U L T U R A I S E
COLHEITA
9 PRAGAS E
DOENÇAS
P R O D U Ç Á O
CUSTOS
E COM ERCIAL IZAÇÃO
1
I
ENEFIC IAMENTO INDUSTRIAL
1 2 .
R A M I NA
AL IMENTAÇÁO
A N I M A L
1 3. R E F E R ~ N C I A S IBLIOGRA
FICAS
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CULTURA O RAMI NO
AGRESTE NORDESTINO
EEeusio
Curvêlo Freire'
Josb
da Cunha
M
edeiros'
Francisco Pereira de
Andrade'
O
ram
i
e um
a planta
perene, r i rornatosa e produtora
de
f ib ras
liberianas, uti l izada t am bérn
orno
f oarageira (B enatt i Jun ior , l9 87 a) .
A espbcie cultivada n ó Brasil, Boehmeria
nivea
Gaud. per tence à
f a m
ilia
Ur t caceae, tendo-se originado nas regi0es temperadas da
Asia Oriental provave lmente nos vales d o Sudoeste d a China de
onde se espalhou para
as
Filipinas Formosa, lndia
,
J a p i o , Coréia e
Europa (M edina,
1
.
O rami f o i cu l t i vado no Brasil, pela pr imei ra
vez
em
1
884,
por agr icu l tores rad icados na co l6n ia
Grão
Par&, em Santa Catarina
(Medina, 5 9 ) . Os Estados de Santa Catarina, Esplirito
Santo e
Rio
Grande do
Sul fo ram cons iderados in t rodutores do seu cu l t i vo no
Brasi l
(Fornazieri Junior,
99 ).
Atua lmen te ,
a
maior p roduç o
est
co n ce n t ra d a no Estada do Paranh (mun ic íp ios
de
Ura i , A s s a i e
Londr ina) com
5 . 2 2 4 h a
explorados em
1992 (AnuArio
Estat ist ico
d o
Brasil,
1 9 9 3 ) .
Os maiores produtores m und ia is
s%o
a China,
o
Brasi l
e
as
Fil ipinas, potkrn
a
p r o d u ~ á o u n d i a l
nunca excedeu de 130 .00Ot
de fibra
seca om
apenas uma
pequena
percentagem
dest inada
exportação, pr inc ipa lmente para o
Japão
(Greenhalgh,
1979).
Do
pon t o de v is ta técnico, a
sua
fibra rnatkria-prima de
Stima
qualidade para a confecçã o e tecidos, f ios, corda s e tapetes,
aPem de u m a infinidade
de
ou t ros pnodufos
e
sub-produtos. Trata-se
de
uma
f ib ra
lustrosa
c o m o
a
seda,
mais
fresca
e
absorven te
que
o
l inho,
f cil de ser
lavada c o m o
o algodão; n ã o encolhe, n ã o alarga e
não desbota
carn
a passagem d o tempo , sendo mais res is ten te que
a do canharno e mais fo r te que a do ny lon (Benat t i Junior, 1 9 8 5 ,
1 9 8 7 a e Fornaz ie r i Jun io r , 1991). Por suas p rop r iedades f í s i cas ,
esquisadores da Embrapa-Algodso,
CP
174
CEP
58107 720
Campina
Grande, PB
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e a m a i s d u r 0 v e l e r e s i s t e n t e de t o d a s
a s
f i b r a s v e g e t a i s
conhecidas; as excepcionais qualidade e adaptabi lidade a os v&rias
sistemas
de
preparo
e
d e f i açaa ,
comuns
a
outras f ibras t&xteis,
conferem
do
rami
a possibilidade
de
ser trabalhada nas
máquinas
que processam a lgodão, lã , seda e l inho, isoladamente ou em
m i s t u r a s c o m
e s t a s f i b r a s ,
s e m
n e c e s s i d a d e
de
g r a n d e s
m odif icaç6es
n o s
equ ipam ento s das fsibricas.
O
rarni , albm
d e
produtor
de f ib ras , t5
u m a
exce lente
forirageira, açeit a pelos animais dom
6st
icos, rum inantcs ou n o;
suas
folhas
e
ponteiros
podem
ser aproveitados
pelas
fAbricas
de
raças anim al .
Carnparat
ivamente, a
rami produz t tbs vezes mais
protelna
que a
alfafa e
quatro
vezes mais que
a
soja, por hectare
cultivado
(Benatti Junior, 1 9 8 7 a ) . Tbm
sido efetuados testes para
uso o
rami ta m bbrn na al imentação
humana,
na forma
de farinhas
protbicas,
graças ao
seu a lto valor nutritivo e
energbtico.
Em mkdia,
os
ponteiros d o rami
cant m
28
de proteínas, 2 1
de
f ibra hcida
detergente, 6 de céilcici e
4 pprn de
ferra
(Ziggiatti , 1985).
Pelo
potencial
do
rami
para
as regibes Úmidas
e
irr igadas
do
Nordeste ,
a
Embrapa AIgod30
preparou
esta ci rcular tkcnica
com
o iinstrum
ento
orient ador d o s extensionistas e
produtores
interessadas
em sua
explaraçZio.
2.
C A R A C T E R [ S T ~ C A S
D A
FIBRA D O 'RAMI
A
fibra
do rami d
a mais longa , a ma is resistente e u m a das
mais f inas
de
todas as f ibras vegetais; var ia de
50
a
3 0 0 m r n ,
sendo
bem mais longa
que
a
da
l inho;
o
seu
diamet ro
3
a
5
vezes maior que o d as f ibras da
seda,
do algodão e d o l inho,
r e s p e c t i v a m e n t e ;
om
relação a resist8ncia a t r a ç ã o , k m a i s
resistente
que as fibras do
a lgodáo,
d a seda e
d a Ia.
porbrn
se
equipara
s
do
linho;
quanto
elasticidade. pe r de para as
fibras
d a
seda da l i m a s apresenta l igeira superioridade
em
relaç3o
s f i b r a s do
l inho
(Benatt i Junior , 1 9 8 5 ) .
3
CONDIÇÓES
IDEAIS
PARA
E X P L O R C O
DO
R A M I
O rami é
u m a
planta perene e r izomatosa, com caules verdes
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mais ou menos p i losos, tornando-se pardas
na
maturidade e
cilindricos,
raramente
ramif icados e d e por t e variandci d e 1 a
metros de altura e de 0,7
a
1 , 2 c m de BiBmetro (Figura
I .
s
folhas 80 alternadas,
pecioladas,
trinervadas. com lim ba dentado
hirsuto
e coberto
por um t o m e n t o
branco em t oda
a
face inferior
(M
edina, 1959 .
FIGURA
1
Aspectos
das folhas, caule e
flores
do mm
rami exige. para crescimento favorável, clima subtropical ou
temperado
quente;
as
regiões
de
alta
precipitação
pluvial.
entre
I500
e 2 . 0 0 0 m m anuais,
com
chuvas bem distribuídas durante os meses
do
ano,
%o
as
mais favoráveis; as
temperaturas
dxima-m [nima
entre
12OC e 28OC, s o as mais propícias. ramizal, depois de formado,
suporta secas mais ou menos prolongadas porbm,
para
melhores
produções,
o
rami
n4o deve
ser cultivado
em
regiões
onde ocorra
normalmente
u m a
estação seca por demais pronunciada.
Nao
se deve
plantar
o r mi
onde
ocorrem
ventos
fortes e constantes, pois
provocam
a quebra
dos
caules, culminando
no
seu
entrelaçamento;
este
f a t o
dificulta
o corte e
o desfibramento (M edina, 1959).
Os solos leves, profundos e
ferteis,
são os mais -indicados. A
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presença de alto teor
de
materia organica 4 condiqgo que vem
favorecer o b o m desempenho da cultura, pois alem d e assegurar
maior retençao
de
umidade no sala
promove
rápido crescimento
dos caules
e maior perfilhamento
das
tuuceiras. Nos so os argilosos;
férteis,
profundos e
de boa drenagem
natural,
o
rami prospera
sat isfatoriarnente; t
arn bdm veget ã bem
em solos
m
edianamente
Acidús com p H entre 5 , 5 e
6 , 5 ,
desde que
ftlrteis
e bem supridos de
n t
roggnio
M
edina 59).
A regiao Nordeste
do
Brasil
t5
considerada
inapta
para o cultivo
do rami,
devido caagncia hidrica ocasional severa Benatt i
Sunior,
1 987a) porem nesta
regiao
as stab-regides da
Zona
da M a t a (litoral e
brejo) e Agreste, apresentam distribuiçao
de
chuvas
que
permitira a
expláraç oracional desta
cultura, conforme com provam as pesquisas
efetuadas pelo Centro Nacional
de
Pesquisa
de
A
lgodao-CNPA. Alem
do mais,
a cultura do rami estd sendo
explorada
em algumas
regiões
áridas do mundo, utilizando-se u recurso da irrigaç o.
Nas
Filipinas,
tem-se conseguido um a dois
cortes
adicionais, com bom rendimento
econbmico, aplicando-se
5 0 m m
de
&gua a cada
1 2
ou
1 5 dias,
durante
o
período
seco. Em
Taiw
an,
alem
d
Irrigaçao
por
aspersão
efetua-se a
irrigaqaa por
infilitraçao,
que permite
obter duas colheitas
adicionais
por ano, com aumento de produç3o
de
7 6
a
98 . No
VietnEl, a prdtica da irrigaç8o por infilWaç o eleva
o
número de
colheitas de trBs para cinco por ano, com aumento de produçao de
fibra
de
60
(Benatti
Junior,
9 8 7 a )
.
Também para as Gress
irrigadas
do
Nordeste, o r am i poderia ser uma
boa
alternativa, especialmente
para
queles solos
que
se encontram
altamente
in festados
de
tiririca,
inviabilizanda economicamente
a
exploraqBo
de
culturas anuais;
no
E stado d a Bahia ,
n a s
margens do
Rio Sga
Francisco, tem-se
conseguido
realizar um
corte
de rami
a
cada
60 dias, em condiçlaes
de
irrigaçilo
por
aspers8io.
4 PREPARO DO
SOLO E PLANTIO
preparo do
solo
B
u m a
aperaçh simples s
ndispensdvel
ao
desenvolvimento
d a
cultura;
quando
bem
efetuado
garante
altas
produtividades
por longos períodos,
considerando-se
que
a
cultura
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permanece
no te rreno du ran te pe lo men os 1 5
anos;
para i s t o deve-
se, antes de
tudo, analisar
os
perfis
do
solo
e o
re levo, para
fac i l i tar
as r ecomendaçdes
das
técn icas de preparo do so lo e de con t ro le da
erosão.
D e
m o d o
geral,
o preparo do so lo deve ser execu tado
a
u m a
profund idade suf ic ien te para romper adensamentos sem u l t rapassar
a c a m a d a arável.
A superf
icie do so lo d e ve
f i ca r
c o m
a rnixinaa
rugasidade, d e f o r m a a p e r m i t i r
uma
b o a
semeadura;
i s t o v e m
perm i t i r ma io r i n f i l t r ação
de
Agua m e lh o r d e s e n v o l v im e n t o
d a s
plantas e
m e n o r erosLTo. Outro f a t o r i m p o r t a n t e a ser
observado
o
t e o r
de umidade
do
so lo
no
rn -omento
do
preparo.
O
so lo
deve
ser
t raba lhado com
o t eo r de um idade ,
em que
sua
cons is t6nc ia es te ja
f r i h e l , o u seja
seus
t o r r b e s p o s s a m
ser
f a c i lm e n t e r o m p id o s e m
f rações
m e n o r es , q u a n d o c o m p r im id o s e n t r e o s
dedos, sem aderir
aos m e s m o s , Ne s t a c o n d i ç ã o , qualquer m á q u in a o u Implemento
o p e r a c o m o
minirno de
es fo rço , r ea l i zando me lho res se rv iços ,
m e n o s o n e ro s o s e c o m m e n o r e s r is c o s d e c o m p a c t a ç ã o d o s o lo .
Sugerem-se, a seguir, a lgumas thcn icas
onde se
leva em
consideraç%ioa t e x t u r a do solo, como pr inc ipa l fator a ser observado:
1. So lo s de t e x t u r a m é d ia
Esses
são os de f á c i l
mane j o
t o le rando ,
m u i t a s v ez es , v & r i o s t i p o s d e preparo, d e p e n d e n d o d a i n f r a -
e s t r u t u r a de m Aquinas e equ ipamentos d ispan lve is , psrbrn
os
p r e p a r o s
minfmo e
i n v e r t id o p r o m o v i d o m e l h o r e s
resultados.
O
preparo inver tido cons is te na t r it u raçâo do s res tos
cu l tu ra is com grade des tor roadara ou n ive ladora, segu ida de uma
araçao
a
pro fund idade
d e
25
a
30cm
No pre pa ra 'm[nPrno é
e f e tu a d a u m a escarif icaç30
com arado
eçcar i f i cador
e, caso
haja
necess idade
de
se
destor raar , p rocede-se
a
u m a
gradagem
com
grade niveladora.
2.
So los
de t ex tu ra a rg i losa
Por
apresen tarem maior f o r i a d e
coesão ent re suas part ículas,
geralrn
ent e
esses
solos apresent
rn
m a io r d i f i c u l d a d e de m a n e jo, f a t o
es te
que vem ev idenc ia r mais
ainda a observdnc ia do
t eo r
de umidade no m om en to da operação,
q u a n d o o so lo estd com con s is tenc ia f r i8ve l .
Para
e s t e t i p o de
solo, albm d o preparo mínimon c i tado anter io rmente , recomenda-
se um a
araçãio a
pro fund idade
de
2 5 a
3 0 c m
e,
l o g o
apb s
uma
ou duas
gradagens
com g rade n ive ladora .
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V a l e a
pena
lembrar que o melhor preparo d o sala
6
aquele
em que se proporcionam
as
melhores
condições para
germinaçao,
emer gemia e desenvolvimento r dicul r da cultura, com o mlnirno
de
operaçães e sempre conservando o solo.
O
plant io d e v e ser e f e t u a d o em sulcos c o m Ocm
e
profundidade,
com
espaçamento
entre
sulcos de 8 0 c m nos solos
de baixa fertilidade e de
ate
1 3 0 c m nos solos
de
alta fert i l idade Os
r i ramas devem ser distribuidos
em
posiç0o horizontal no
fundo
dos
sulcos, com
espaçamento e 3 0 c m . Caso
haja disponibilidade
de rizomas, estes podem ser distribuídos
d e
forma contínua; logo
apds
a
distribuição,
os
rizomas
devem
ser
cobertos
com
u m a
camada
de 1 0 c m de
solo
Benatti
Junior,
1 9 8 5 ) . A
emergbncie ocorrer4 em
aproximadamente 10 dias Figura 2 .
? .
FIGURA 2 berg6ncia do
raml apbs
corte
A grande quant idade de m s s verde removida
a pbs
cada
colheita, caracteriza esta cultura c o m o esgotante.
Estima-se
que
em t rês
colheitas
comerciais de
2
oneladas de m assa verde por
hectare e
por co lhei ta ,
sejam retiradas as seguintes quant idades
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de elementos nutr i t ivos
do
solo
em kglhalano, segundo
Fornazieri
J unior ( i
9 1 :
nitrogenio
21
kg
ál io - 1 1 5 kg
potgssio 5 0 kg
magnbsio 3 5 kg
f6storo 10 kg
Esses
dados indicam o
quanto
a cultura
do rami absorve
nutr ientes
do
solo, necessitando que
os
m esm os sejam repostas
atravbs
de
adubaçges
arganicas
e
quim icas.
A
adubação
de
correçCio
deverá
ser
recomendada de
acordo
com a
anhlise
da solo
Tabela
I ;
unto
com a
adubaçao
qufmica
deve ser adicionado esterco de
curral
ou
esterco
de gal inha,
n a
dosagem de 102 e 3t ,
respect ivamente .
U m a
f o rm a
e restringir
os gastos com ferti l izantes espalhar,
sobre
o
solo, as folhas e
resíduos
de
descort icagem
a rnateria orgiinica administrada
irCE
melhorar as condiç6es de r e t e n ç i o de umidade, proparcisnando
b ro t a ç á o m a i s v i g o ro s a , a l 8 m de reduzir
a s c u s t o s c o m o s
fertilizantes
químicos. prat icamente irnposslvel
recomendar
u m a
fórmula de adubação quimica geral,
porque
cada
s o b
apresenta
suas deficiencias
especí f icas, s e n d o necesshrias
a
cole ta e a
anAlise
do solo para a
prescriç80 da
adubaç o .
TABELA 1. Recamendaç6es de adubação e calagem para a cultura
do
rami
Fonte: Benatti Junior 1987 b)
Nas
çondiç6es
de
solos
arenosos, predominantes no
agreste
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d e
Campina
Grande,
tem-se
usada a fbrmula 40-80-20 na fundaçao
e mais
45
k g l h a
de
nitrogênio trinta
dias ap6s
a brotaçéo , além
d e 5 t f h a de esterco, n a f ase
de
preparo
do
solo. A p b s c a d a cor te
comerc ia l deve-se
repetir
a adubação nitrogenada.
Em
Sáo Pau'lo
a
adubaçSro mais utilizada 6
a
fórmula
20-413-1 0
na
fundalçiio, e
20 k g l ha de
N apbs
c a da corte, a lém
de 70
t l h a
de
esterco
no
preparo do solo. A s pesquisas na 6rea de
adubação
da rami n o
N o r d e s t e
d e v e m
ser
pr ior i zadas com o m e d i d a
neeessgr ia a o
e s t a b e l e c i m e n t o d a
f o r m
u l a ~ a om a i s e c o n r n i c a a s e r
recomendada para as v6r ias
ecorregiaes.
6 PROCESSO DE
MULTIPLICAÇÃO
A
propagaçao
do ra m i p o d e ser efe tuada
por
v ia
s e x u ã d a
ou
assexuada;
a
primeira , por interméd io
d e
sementes
(Figura 3 )
exig e m 20-de-obra
especializada; a segunda, atraves
d e
r izom as,
i5 a
mais utilizada. N a
hip6t
ese de
fa l ta
e
rizomas pode-se utilizar
a s s e m e n t e s p a r a s e m e a r c a n t e i r o s p r e p a r a d o s c o m s o l o
peneirado
e
adubado organicarn ente .
A s
sementes ,
por serem
m u i t o
pequenas ,
devem ser s e m e a d a s
n a
superficie d o
canteiro
e
cober tas com f ina
c a m a d a
de esterco
curtido. Os canteiros
d e v e m s e r
regados
d u a s v e t e s
ao dia e
protegidos
d a incid8ncia
direta
do
sol.
Depois
d e cerca de 5 m s s as p lantas podem
ser
cor tadas
e arrancadas
para
t ransplant io ,
d e preferencia
em dias
nubladas . Calcula-se
que
3009
de sem entes
em 300m2
evem
produzi r
u m
n ú m e ro d e m u d a s suficientes pa r a plant io de
u m
h e c t a re ,
no
e s p a ç a m e n to d e
30
x
0 , 3 0 m
A m u l t i p l i c a ç ~ o
o r
r i zomas
a mais
indicada,
por
garantir
maior
capac idade
d e
brotaçSio, al4m
d e
co lhe i tas
m a i s
p re c o c e s
rebrotas mais
uni formes e maiores. Estima-se q u e
o
incremento
de f ibras d as
plántaqdes
efetuadas
atrCives
de
r izom as,
seja 14
super ior ao
plant io por
sementes. m h e c t a re d e r a m i
p lantado
c o m
r i r o m a s
poder8 fornecer, no
O
ano
d e
c o r t e , um n u m e ra d e
r i z om a s
suf ic iente
para
plantar
u m a grea 8 vezes m a i or
e, no
3
e
4 anos
Areas
2
e
30
vezes
m a i or e s
(Benatt i
Junior ,
1 9 8 5 ) .
Os r izomas
ideais
s?iio
aqueles
q u e
apresen tam a grossura
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de
um l á p i s e c o l o ra ç ã o
m a rro m
F igu rá 4 . D e v e - s e t o m a r o
cuidado de não
confundir
os r izamas
om
a s r lres tuberosas , que
se aprafundam
o
solo são m a i s
grossas
e l isas
que
os r izomas.
s
r izomas,
depois d e
cor tados ,
d e v e m ser c o lo c a d o s
em
sacos de
juta
m o l h a d o s ,
para evi tar seu ressecarnento a té
o p la n t io .
FIGURA Sementes
de
r mi em
fase
de maturação
I
IGURA Riromas de
ram em
varias
idades
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7 CULTIVARES
A s cultivares de ram
i
s%o relativamente poucas, porem existe,
entre elas, uma
grande variaçao
de
comportamento
em
rel qão
a s
condiçbes de solo e clima. Algumas
adaptam-se
melhor aos
período's
de frio e geada,
outras seca; um as são
mais produtivas
em solos
argilosos, outros em solos arenosos. A s cultivares tam bem diferem
em
relação
As caracteristicas de resistência,
finura
e uniformidade
de fibras, as qwais t amb6m podem
ser
nfluenciadas pelas condições
am
bient ais (M edina,
I 5 9 .
A
cultivar
a
ser explorada em determinada Area
deve,
acima
de
tudo,
ser
precoce,
ter
alta
produtividade, apresentar
alto
teor
d e
f ibras
e oferecer facilidades de descorticagem mecanica dos cauies.
A s cul t i vares recémendadas par a São Paulo
sao
as seguintes:
urakami,
M iyasaki,
Saikei(JãpBo), 7 covas, Tãssen
I
Paraguai
1 (Pedro Junior et al. 1987 .
A s pesquisas
no
Centro Nacional
de
Pesquisa de AlgodLfo-
CNPA
com
a cultura
do rami tem-se restringido
introdução, no
Estado da Paraiba, de 2
clones oriundos
do Instituto AgronBmico
do
Paranh-IAPAR
e 4
clones
do Instituto
Agron6mico
de Campinas-
IAC, para avaliação,
em
solo
arenoso,
do
Agreste
paraibano.
Estes
clones
foram aval iados para produtividade
sob condições de
chuva
e, ao f inal d a estaçso normal
de
seca da região, foi aplicada
escala
d e
n o ta s
para
mensur açáa d a tolerancia à seca. Os resul tados
correspondentes
ao s va lo r es medios
obt i dos
n o s t r g s c o r t e s
comerciais 80 apresentados nas
Tabelas
2
e
3 . Observa-se que,
para peso verde, produçso de
fibra seca
e comprimento
de
fibra, as
melhores
cfones foram os I APAR
II
urakami e
Parãguat
I
odos
com
mais d e 4 5 0 kglha de fibra seca de comprimento aproximado
de 1 50-1
7 5 c m .
D a coleçCio recebida
da l AC ,
apenas o clone
Tatsuta-
Kairyo
se destacou. Na avaliação da
toterancia seca, foi;
aplicada
escala de
notas
n a ileira, o n e se considerou,
como
nota I fileira
resistente
à
seca
(sem
qualquer sintoma de estresse hidriea) e
nata
5
para a fileira
al tamente
susceptivel seca (caracterizada
por
rnurchamento geral
e morte d e toueeiras). Destacaram-se
quanto
a
tolerancia seca os
clones IAPAR
I
ossen
Paraguai e
8/17/2019 Cultura Do Rami
15/22
Tatsuta
Kairyo (Freiire et al.
1991
).
A s
pesquisas
com relação a
identificação do melhor clone,
parem,
devem ser cant inuadas visando
identificar
as
melhores
opç6es
para expforaç30
no
Agreste
e
sob
condiçlies irrigadas
na
Nordeste.
Rizornas
ou
sementes
de rami podem
ser
conseguidos
em
pequenas quantidades junto aio CNPA (Campina
Grande-PB), IAC
(Campinas-SP)
e
IAPAR (Londrina-PR);
grandes volumes
devem ser
procurados junto aos produtores de
Urai
(Parana).
TABELA 2
Características medias por
corte obtidas
na coleção
de
clones
de
rãm i oriundos
do
IAPAR. Campina
Grande,
1
987
Peso
verde Altura
das ibra
seca
Perfilhosl
olerâncla
Clones kglha
plantas kglha comp. cova seca
(cm
cm no nata
IAPAR 10
9.437
923 398,2
135 9 f 3 o
IAPAR 11 32.686
7 78 672,4
175
17,7
2 o
M IYASAKI 12.161 135
274,6
135 7 8 5
,o
MURAKAM1 19.697 í54
534,5
175 7
2 ,7 4,o
TOSSEN 1 13.412 166
334,3 175
15,7 4 3
TOSSEN
2
22.309
174
288,8
160 15,2
2,o
P A R A G V A I
1 28.j 7 179 458,2
170 20 O 2 o
SAIKEY- Filipinas
17.728 173
246,8
770 1 8 - 8
3 0
SAIKEY-
3ápã0 14.635
145 351,9
162
14,8
4 , O
72
COVAS 15.1 16 129 2 9 0 , l 7 5 0 16,8 5 ,0
0 1 13.3 3.
M dia 7 7.289 152 342.4 158 14,5 3,4
Avaliaçaa efetuada
no
meio
da
est
açao
seca, at tavbs d e escala de
notas aplicada
em cada clone,
ande 1 resistente
seca e
5
altamente suscept lvet seca
TABELA
3. Caaacteristfcas
mbdias
p r
corte obtidas
na coleção de
clones
de
rami
oriundos do
IAC.
Campina
Grande, PB, 1 9 8 7
Peso verde Altura
das
Fibra seca Perfilhesl Tolerançia
Clanes
kglha plantas kglha comp. cova B
seca
(cm cm no nota
MEYASAK1 13.689
I 5 6 22
152
7,3
2 5
KAGISEI
76.282
765 234
147
11,3 2 O
M U R A K A M I 13.718
747
228
140
13,7 2 O
TATSUãA-KAIRYO--j-9.854_
762
228
í
57
l ,7
2,O
M dia 15.881 157 242 149 12 2 2 l
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16/22
8.
TRATOS CULTUR IS E
COLHEIT
N o primeiro
ano
de plant io a cu l tu ra do
rami necessi ta d e
dois
t r a t o s
culturais
com
cult ivador
e
d e um
a
çornplementação
da
capina
a enxada; aos
6 0 dias
do plantio
6
efetuado
o corte de padronizaç%o,
seguido de
nova
cultivaçáo, com
distribuição do material cortado
entre
as fileiras. Os cortes com erciais são realizados, em mkdia, a cada O
dias, quando se deseja explorar
a
produção
de
fibras;
quando
se explora
o
ram
c om o forrageira os cor tes podem
ser
realizados a cad a 4 5 dias.
O critério adotado
para
se escolher o ponto exato de maturação
d a
planta , para
a
produçso
de
f ibras , e quando
213
dos caules
apresentam,
nas
suas
bases,
manchas
irregulares
de
cor
marrom
(Figura 5 ; n e s t a fase as inflorescênçias
apresentam
m e t a d e d e suas
f lores
com
coloração
verde
e
m e t a d e com
coloração
marrom
A
operação do curte dos caules, em plantações consideradas
pequenas
áreas , e
e x e c u t a d a m a n u a l m e n t e , por
m e i o
d e f c s
o u f o i c e s
especia is .
operador d e v e c o r ta r o s caules o mais prbx imo possível
d superfície do
solo
e
o primeiro corte deve ser
seguido de uma
operação denominada a p a ra
tocos'
que consiste em aparar ,
com
enxada
b e m
af iada
e em
rente
ao solo , o s t o c o s d o s
caules
que
perma necem nas touceiras. A f inalidade desta operação e evitar
o
e s g a l h a r n e n t o d o s t o c o s , m o t i v a d o pe l a b r o t a ç ã ú d e
g e m a s
ex is ten tes , o q u e d i f i c u l t a rá a o p e r a ç ã o de desfibrarnent o
*--mI Rk mt -ar-+---
FIGURA 5 Manchas
do
caule do rami, n
f se
de maturação
elou corte
8/17/2019 Cultura Do Rami
17/22
Os caules, depois
de
cortados, não podem esperar mais
de
24
horas
para serem desfibrados. Antes do processo de desfibramento
efetuada a passagem
dos
caules at
rav6s
de
pentes
f ixos,
que retiram
as folhas e ponteiros das plantas,
antes
de seu
desfibramento em
méquina
periquito
ou
em
máquinas utilizadas tradicionalmente
para
o
desfibramento
de
sisal no Nordeste do Brasil
(Figura
6 ) . A s folhas
e
ponteiros podem
ser im ediat am ente utilizados para
a
alimentação
de animais domésticos, ruminantes ou
não,
com grandes vantagens.
A p ~ s desfibrament o, as fibras
sao colocadas
em varais para
secagem sendo,
posteriormente,
efetuada
a
confecção
de bonecas
de 3 g cada
uma,
as quais,
após batimento,
são
enfardadas
para
comercializaç80.
Se
as
fibras
forem
submetidas a lavagem
antes da
secagem, serd
obtido um
produto comercial de valor superior.
A
p r o p o r ç ã o
d e f o l h a s , cau les , f ib ras b r u t a s
e
f ib ras
desgomadas
aproximadamente a
seguinte, dependendo do corte
e
da cultivar M
edina,
9 5 9 ) :
caules verdes
enfolhados
100
folhas
e ponteiros 5 5 %
caules verdes desfolhados 4 5 %
fibras brutas secas 3
fibras desgomadas
-
Oh
Considera-se
a
vida
econômica
da plantação
d e rami de a
O anos, efetuando-se
t rês
cortes
comerciais
por ano; entretanto, a
lavoura f ica
no campo
por
aproximadamente
1 5
anos.
I .
FIGURA 6. Desfibramentodo raml em desfibradora
de
sisal do
Nordeste
8/17/2019 Cultura Do Rami
18/22
8/17/2019 Cultura Do Rami
19/22
para um perfodo
de um
ano em
uma
propriedade
de
4 4 , 5 h a
em
São
Paulo,
por
Benat t i Jun ior
I
8 7 a )
correspondem
6 5 , 7
p r
as
despesas d i re tas i nsumos, r i zom as, fe r t i l i zan tes, de fens ivos,
m
ecanizaçao, rnão-de-obra e descorticagem).
A
comercia l izaçáo
do
rami no Brasi l sofre u m a ba ixa
n o s
me se s de junho a se tembro ,
que cor;respondem ao per iodo d e
en t ressa f ra
na
região Sul-Sudeste,
e
elevação nos me se s
d e
novembro
a
maio,
que
são o s
meses
de
s fr no Paranh
.
Estudos
so b r e
c u s t o s
e rece i tas
do
r a m i n a s
co n d i çõ e s
do Nordeste
necess i tam
ser
efet
uados p r om paovaqi30 da viab i l idade da
cul tura na regiao.
Enquanto
esses estudos não são processados,
os
produtores
que desejarem
entrar nesta a t iv idade
devem
iniciA-Ia
em
pequena
escala eSou ap6s es tud o de m ercado.
j BENEFICIAM
ENTO iNDUSTR1AL
O rami , desf ib rado o u desco r t icado , p rec isa passar por
determ inados processos
de
benef ciament o,
de
acordo com
a
finalidade
a que se destina, conforme descr i to p or Bena tt i Junior
1
987a):
a
m
aciament
Q as
f ibras que
se
dest inam fabr icação
de
sacaria,
barbante ou cordoar ia , devem p a ssa r p o r u m p r o ce sso de
amaciamento m
ecan ico ,
que
t e m p o r fi n a li d a d e d i m i n u i r
o
excesso de tec ido lenhos0 aderente ds f ibras, nSo el iminado
pelo
processo
de
descor t icagem
a e ~ a a e m
as
f i b ras dest inadas onfecç30 de tec ido
passam
pelo processo de desgomagem,
que
consiste na lavagem
das f i b ras para e l iminação
q u a s e
co mp l e t a das substanc ias
pCct icas
matbria
lenhosa
e
cutículas
da
casca)
efetuada
por
três processos, que submetem a f ibra a t ra tamentos com agentes
b i o l b g i c o s
m
ace ração ) , f is icos evapo raç f i o ) ou q u i m c o s
desgornagem to ta l )
* Alve iamen to - a f ibra,
que
se dest ina fabr icaçao
de
f i o s
e
tec idos, depois de passar pelo processo
de
desgomagem requer
u m
a
o p e r a ç ã o m a i s r e f i n a d a d e t r a t a m e n t o industr ia l ;
submetendo-a a a ç ã o de agentes químicos, obtCm-se a f ibra
alvejada, absolutamente branca e l ivre de qualquer
im
pureza.
8/17/2019 Cultura Do Rami
20/22
A s
f ibras submet idas a o s processos
d e
benef ic iamento
secundário
t m
um a perda de peso de 35 , correspondente ao
processo
de
desgomagern
e
alvejamento.
O rami produzido no
Brasil é
industrializado internamente na
produção dos seguintes
produtos:
tecidos semelhantes ao linho
(cortinas,
malharia fina), sacaria, tapeçaria,
cordas e
barbantes, fios
e tops .
1 2 . RAMI
NA ALIM E N T Ç O A N I M A L
Graças ao seu elevado teor
de
proteínas e
sais minerais, da
ordem de 3,8016 e 4,3 sobre a
matéria
verde,
respect ivamente,
as
folhas e
os
ponteiros
do
rami constituem excelente
alimento de
baixo
custo ,
a
ser ut i l izado no preparo de rações
para aves,
animais e
peixes. A s f ol ha s
e
os ponteiros
são
considerados
subprodutas
d a
cultura, descartados
durante
o processo de desfibramento.
Pode-se
efetuar
a aproveitamento das
fo lhas
ponteiros n a preparação da
farinha
proteica
obtida
através
de
secagem
em estufa a 60°C'ou ao
sol.
Esta farinha
apresenta a
seguinte composição: 2 5 %
de
prote ína,
2 1 de
fibra
Cicida
detergente,
4 , 0 6 %
de ma té r ia graxa, 8 % d e
um
idade,
19
de
cinzas,
0 , 1 8
de
fósforo,
1
I
%
de
potássio,
0,77 de
rnagnesio
5 , 8 3 %
de cálcio,
1,84 de enxofre, 7 3 p p m
de boro, 6 , 6 p p m
de
cobre,
404ppm
d e
ferro ,
1 7 4 p p m
de mangan6s
e 1 8 , 6 p p m de zinco.
A farinha
d e folhas de rami pode ser fornecida
sem
problema algum a coelhos, suínos caprinos, ovinos,
aves ,
bovinos
e equinos em misturas com as
raçaes,
na
proporqão
de a t e
45 (Benatti Junior, 1987a).
O
ram i
verde
é
bem aceito
pelos
animais;
para ser explorado
como
forrageira,
as
plantas
devem
ser
cortadas
a
cada 4 5
dias,
apresentando, neste caso, tear proteico de 21
a 24 ,
bem
mais
elevado
que
os
teores do
rami explorado
com
fins
t8xteis. Como
forrageira,
o rami fornece de 60
a
80 t lha lano de
massa
verde,
destacando-se
pela sua
elevada
palat abilidade
1 3 .
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BR SIL
Governo ederal